terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Análise 42 - Karateka [PC]

Belíssima capa da versão original de Karateka.
Fonte: mobygames
Hoje, após organizar uma série de coisas no blog, resolvi engatilhar mais uma análise. A bola da vez é Karateka, produzido pelo famoso Jordan Mechner  lançado para os computadores Apple ][ em 1984, sendo futuramente lançado em muitas plataformas diferentes, incluindo o NES. Foi o primeiro jogo deste desenvolvedor a ser lançado, e Karateka é importante em uma série de quesitos, os quais vou abordar neste texto.  Além de inquestionável importância histórica, Karateka é um bom jogo?

A ação acontece em um cenário 2D com scrolling, a exemplo de Kung Fu Master, lançado na mesma época, porém com enormes diferenças. Primeiro, a jogabilidade em si: diferente do clássico da Irem, nosso lutador não pode desferir tantos golpes em sucessão, e as batalhas são mais voltadas para o combate mano a mano, popularizado anos mais tarde em jogos como Street Fighter, Mortal Kombat, King of Fighters e Virtua Fighter, apenas para citar alguns. Portanto, Karateka está muito mais para um jogo de luta do que para um Beat'em Up. A movimentação dos personagens é mais realista e é preciso pensar antes de desferir cada golpe, e cada inimigo tem um modo de luta diferente. Dessa forma, cada combate é carregado de uma tensão diferente, com um compasso de espera entre cada golpe ao invés de apenas atacar rapidamente. É preciso encontrar aberturas para atacar cada oponente e cada combate é um desafio novo, quase como um quebra cabeça de precisão e ritmo. 

A animação dos personagens é crucial para a experiência.

Karateka, além de estabelecer as bases dos jogos de luta,
foi revolucionário ao trazer a rotoscopia aos videogames.
A movimentação dos personagens é extremamente convincente e os golpes e movimentações são fluidos. Não há jogo (pelo menos não que eu conheça) desta época com animações tão realistas, em minha opinião porque Jordan Mechner usou uma técnica de Rotoscopia para capturar movimentos filmados em pessoas reais. De acordo com a Wikipedia: "Um rotoscópio é um dispositivo que permite aos animadores redesenhar quadros de filmagens para ser usado em animação. Pode ser usado para animar seguindo uma referência filmada. Ele pode ser considerado um precursor da moderna captura de movimento digital." O resultado disto impressiona visualmente, e pode ser visto em outros clássicos lançados anos após Karateka, como por exemplo Prince of Persia (do próprio Mechner), Out of This World e Flashback.

Os sons por sua vez são simples e não comprometem. Os controles do nosso carateca têm um certo delay e não são tão ágeis, ou seja, são mais realistas. Temos aqui botões para soco alto, soco baixo, chute alto e chute baixo - meu golpe favorito no jogo. Além disso precisamos alternar entre as posturas de corrida e de combate, trocadas entre si apertando a barra de espaço no teclado. Eu tive certa dificuldade para me adaptar porque estive acostumado com os golpes extremamente velozes de Thomas do Kung Fu Master, mas nada que não melhore com um pouco de prática. As lutas são muito divertidas e o jogador vai querer insistir com esse título até terminar. 

Estratégia é fundamental em cada combate.

Ele apresenta uma dificuldade moderada, em minha opinião mais fácil que Kung Fu Master, ou seja, na medida certa. As cenas animadas entre cada luta vão contando a história e progredindo com a aventura, e o final do jogo é não menos interessante. Karateka é um dos precursores do gênero luta 2D e é bem divertido. Recomendo a todos uma jogada ao menos uma vez.  



Nenhum comentário:

Postar um comentário