terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Análise 39 - Mario Bros. [Arcade]



Conheci o jogo Mario Bros. pela primeira vez por volta de 2004. Eu tinha 14 anos, e na época ainda tinha o Super NES junto com o Gamecube. Me lembro de acompanhar mensalmente a Nintendo World nesta época, e me lembro de em uma bela tarde ter passado por uma lojinha de bairro e comprado a fita paralela  (piratona!) de Super Mario All Stars por uns 20 contos. Na época não haviam esses preços absurdos até para cartuchos paralelos, pois na época eles eram velhos, e não "retrô" ou "para colecionadores" como hoje em dia. Enfim, a inflação do mercado de jogos antigos não é uma discussão para hoje... 

A fita que comprei na época era algo bem
parecido com esta aqui que achei pelo Google.
Tempos depois eu retiraria a etiqueta para
customizá-la com uma etiqueta muito mais
legal... Pena que não a tenho mais hoje em dia.
Fato é que na noite daquele dia, ao chegar em casa fui jogar umas partidas de Super Mario All Stars. Achei muito bacana como os jogos clássicos do nintendinho estavam diferentes do que eu via nas matérias sobre Mario nas revistas da época. Estavam mais parecidos com aqueles remakes caros  (cada cartucho custava uma média de 150 lulas na época, moeda corrente no Brasil em 2004) para Gameboy Advance. E ali estava eu com Super Mario Bros 1, 2 e 3, mais o Lost Levels e o Super Mario World (que eu já tinha), tudo por apenas 20 lulas. Eu estava absurdamente feliz e satisfeito com minha compra, e estava jogando Mario 3 no maior deleite, explorando cada fase sem nenhuma pressa e adorando cada instante do jogo, até que eu precisei salvar e desligar o console, afinal teria de ir à escola cedo no dia seguinte, e eu estava quase terminando a oitava série. No dia seguinte depois das aulas voltei ao Super NES cheio de expectativa. Inseri o cartucho, e não funcionou de primeira. Super normal, já estava acostumado a isso desde 1998. Assoprei o cartucho com aquele cuidado de não babar nos contatos... e funcionou. 

Mas depois de escolher Mario 3, onde estava meu save??? Que tristeza foi aquela, eu estava tão satisfeito com minha compra e de repente eu não conseguia continuar de onde eu havia parado. Minha compra do dia anterior não havia sido tão boa quanto eu havia pensado... mas aí estive fitando a tela de título do Mario 3. Eu não podia zerar com aquela calma de explorar cada cantinho do jogo. Eu teria de ser ágil, e zerar em uma só sentada. Mas naquela hora me chamou a atenção uma opção da tela inicial que dizia Battle Game. Como seria um modo de batalha no Mario? Perguntei a mim mesmo enquanto escolhia o curioso modo de jogo.

E ali estavam Mario e Luigi em um cenário de rede de encanamentos e esgoto, como os encanadores que eles sempre foram. Ali apareciam sequências de inimigos que deveriam ser derrotados, ganhando quem fizesse mais pontos. Dava até para esbarrar no player 2 para atrapalhar a jogada... Mas eis minha surpresa quando ao pular em um dos inimigos como aprendi em Super Mario World, perdi uma vida. E foi ali que aprendi que neste jogo era preciso acertar o chão abaixo dos inimigos para incapacitá-los, e só depois chutá-los e acumular moedas e pontos. 

Na época tive uma grande surpresa quando descobri que este era um jogo de fliperama originalmente.

Tempos depois fui entender que este modo de batalha era uma versão do jogo de fliperama lançado em 1983 pela Nintendo. E ainda mais posteriormente, eu tive a ideia de começar um blog sobre jogos antigos, e por consequência tentar analisar os principais jogos dos primórdios da indústria de videogames seguindo uma ordem mais ou menos lógica, e mais ou menos cronológica. Chegou portanto o momento de analisar o jogo que conheci lá há uns bons 13 anos e após esta longa lembrança, vamos ao jogo em si.


 


Em Mario Bros. é possível jogar em um ou dois jogadores, sendo que o player 2 é o Luigi, irmão caçula do Mario, apresentado pela primeira vez neste jogo de 1983. A partida ocorre em uma única tela a exemplo de Joust. Assim como esse clássico, o objetivo em Mario Bros é eliminar ondas sucessivas e inimigos e acumular pontos. Para tanto, é preciso saltar acertando o local em que pisam os bichinhos, fazendo com que eles fiquei imóveis por um período bem curto. É preciso então andar para cima deles e assim derrotá-los acumulando pontos e moedas. O jogo vai aumentando de dificuldade rapidamente e exige além de reflexos uma certa estratégia. Se o jogador não eliminar os inimigos rapidamente eles voltam ainda mais rápidos dificultando ainda mais o jogo. 




O sistema de jogo era peculiar mas muito envolvente

O modo para dois jogadores ocorre com os dois encanadores ao mesmo tempo em um modo competitivo que pode ficar bastante acirrado porque é possível atrapalhar o outro pulando em cima ou esbarrando. Há o famoso powerup chamado POW, que faz com que todos os inimigos na tela fiquem vulneráveis por um tempo porém com um uso bem limitado.

Foi aqui que Luigi estreou como personagem jogável

Os gráficos são bons para a época com belos detalhes em cada personagem, o áudio é nostálgico e a tela de abertura e tutorial toca um famoso tema de Mozart. Os controles são diferentes do que estamos acostumados em Super Mario Bros ou Super Mario World, por exemplo, mas não são difíceis de aprender. Em resumo, é um jogo adorável e divertido, mostrando uma interessante mudança em relação a Donkey Kong e antevendo algumas inovações que seriam melhor exploradas em Super Mario Bros, já no nintendinho. Mario Bros é um clássico que vale a pena conferir, principalmente em dois jogadores.







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