segunda-feira, 2 de maio de 2016

Análise 05 - Enduro [Atari 2600]


As capas do Atari... Sempre lindas.
Este jogo foi lançado em 1983, mesmo ano de lançamento do álbum Piece of Mind do Iron Maiden. Eu fico imaginando a sensação ao ligar este jogo na época de lançamento, com o disco da banda britânica tocando ao fundo e dando o ritmo para um jogo de corrida que, mesmo comparado com jogos mais recentes, curiosamente continua divertido e instigante. Lançado pela Activision (provavelmente a melhor softhouse da primeira metade dos anos 80), não foi o pioneiro em jogos de corrida, mas é marcante por uma série de motivos. E é isto que desenvolveremos neste texto.


A premissa consiste em provas de corrida que ocorrem ao longo de um dia. Para progredir, o jogador precisa vencer um dia de provas ultrapassando todos os carros da pista e chegando em primeiro lugar. Cada fase inicia com a alvorada e termina com o cair da noite. Aqui começa a peculiaridade deste jogo que atingiu o status de clássico ainda em seu lançamento: conforme o dia passa, a paisagem da corrida muda, passando por neve, neblina, até um belo pôr do sol que faz uso admirável da paleta de cores do Atari 2600, criando um visual único e com senso de progressão, algo raro em jogos daquele tempo. Enduro foi mesmo à frente de seu tempo.

Início de fase
O jogo lança mão de um efeito visual de scrolling vertical com efeito de perspectiva, criando, além de uma sensação de velocidade muito legal, a sensação de profundidade e aproximação dos carros conforme aceleramos. Isto junto às mudanças de efeitos visuais dos planos de fundo, passa uma sensação de progressão única para a época, gerando um padrão que viria a ser seguido e aprimorado por jogos de corrida mais modernos em hardwares mais avançados nos anos seguintes. Outros detalhes como o giro dos pneus de acordo com a velocidade e aceleração do veículo contribuem muito para a imersão. As cenas e neblina também merecem destaque, pois os sprites dos carros adversários são substituídos por dois retângulos vermelhos em meio ao fundo cinza, indicando as luzes de freio. A descrição e até as fotos talvez não pareçam impressionar, porém a cena em movimento é muito interessante. E eu diria até impressionante em alguns momentos, levando em conta a época e o hardware em que foi lançado.
Embora simples, o jogo demonstra bem as mudanças de terreno.

Os controles respondem muito bem, sendo a alavanca do controle usada para manobrar o carro e o botão de ação para aceleração. Para realizar ultrapassagens, é preciso dominar o tempo certo de acelerar e reduzir a velocidade, pois ao bater em outros carros, fica praticamente impossível chegar em primeiro lugar. Este jogo, assim como a maioria dos jogos de gerações antigas, requer dedicação do jogador, e ao mesmo tempo consegue ser incrivelmente divertido. O áudio segue a cartilha da época, devido às limitações do chip de som do Atari. Em minha opinião, assim como outros jogos dessa época, vale jogar enquanto ouve seus álbuns favoritos. O que nestes jogos mais antigos, vou contar como grande ponto positivo.

O lindo pôr do sol...

A jogatina de Enduro é uma revelação. Eu esperava que não fosse gostar muito do jogo, porém ocorre que dentre os poucos títulos do Atari 2600 que joguei, este é até o momento desta análise, o meu favorito. É uma jogabilidade tão sólida, que até a metade dos anos 1990 a maioria dos jogos de corrida seguiria ainda as bases alçadas por Enduro. Um jogo de corrida verdadeiramente divertido e memorável. Clássico!


3 comentários:

  1. Enduro é de fato um clássico. Infelizmente, confesso que para este jogo em especial não me dediquei tanto por um simples fato: quando eu era moleque já havia um fliperama de Outrun no Alpha Shopping! Mas, mais velho, emulei o bastante.
    Realmente você colocou bem, o pôr do sol é muito bacana, usa a bizarra placa de vídeo do Atari de uma forma bem legal, caiu como uma luva pra esse caso!

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  2. Depois de jogar coisas como OutRun e Top Gear realmente é difícil dar tanta atenção ao Enduro. No fim das contas ele tem essa importância histórica porque popularizou vários conceitos de design destes jogos, mas realmente fica um pouco raso em comparação. E foi algo que percebi ao jogar estes jogos clássicos da primeira metade da década de 80. Eles têm uma veia nostálgica, mas fica muito difícil se envolver com eles depois de jogar os consoles mais modernos, principalmente a partir do Mega Drive e Super NES. Mas eu percebi que com o tempo esses jogos são estranhamente hipnóticos... O tempo meio que voa quando estou os jogando. Você também percebe isso, Cassio, ou é impressão minha?

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  3. Cara, ótima época a do fliperama no Alphashopping! Lembro de quando ia lá pra jogar a máquina que era fenômeno no começo da década de 90: tartarugas ninjas!
    Me lembro também de uma loja no Centro Comercial que já trazia muita coisa de games importados em uma época que não tinha internet, acho que chamava Super Mário World a loja.... mais alguém lembra disso????

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