Este texto está pronto há alguns dias, mas eu não consegui publicar antes pois faltava a formatação da postagem. Como normalmente eu tenho folga na terça, aproveitei para dar os retoques nesta edição ao som de Pain of Salvation nesta fria tarde, não sem antes resolver umas pendências no centro da cidade... Continuemos então com a Jornada Atari 2600, nesta edição em que veremos um pouco sobre os últimos jogos lançados em 1983 para o console. Vale lembrar que em 1982 a Atari lançou contra o mundo o flop que deveria ter sido o sucessor do 2600: o Atari 5200. E como todos sabemos graças ao Oráculo Google, o sistema deu completamente errado enquanto o Atari 2600 mesmo velho e obsoleto prosperava. Assim como em 1982, o fluxo dos jogos de 1983 me impressionou pela quantidade. Embora poucos jogos - em comparação com a quantidade de títulos disponíveis - tenham sido realmente originais, a qualidade deles continuou melhor que o esperado nesta edição.
Comecei jogando Tanks But No Tanks, que pode ser descrito como uma mistura interessante entre Pac-man e jogos de tiro no qual controlamos um tanque de guerra por um labirinto, devendo atirar nos outros tanques. É um jogo bem feito e com bons controles. Minha única crítica é aos outros tanques que piscam o tempo todo, e como já comentei em outras edições da Jornada Atari 2600, acredito que isso possa induzir crise convulsiva em pessoas com epilepsia... E o nome faz um trocadilho bem infame. Partindo para The Texas Chainsaw Massacre, temos aqui mais um jogo de um jeito que eu nunca vi antes. Nele você precisa usar a serra elétrica para matar todas as pessoas do cenário. Se o combustível da Serra acabar, a tela fica preta e alguém mata o assassino pelas costas. Trata-se de um jogo tedioso e lento, mas eu nunca vi um videogame no qual você controla o vilão com tanta maldade como este aqui. Há jogos violentos, sim, mas neste aqui a coisa é bem mais explícita: Seu objetivo é tocar o terror mesmo. O jogo é ruim, não diverte, mas chama a atenção por seu objetivo essencial, que é ser o cara mau.
O nível melhorou muito com Threshold: é um shooter estilo Space Invaders, mas com uma movimentação mais livre - característica do super clássico Centipede - e inimigos muito velozes que atiram contra sua nave. Visuais básicos mas eficientes e controles excelentes completam um tiroteio extremamente divertido, uma joia desconhecida no Atari, com certeza. O padrão se manteve com Thunderground. Mais um surpreendente jogo da Sega para o Atari 2600, no qual controlamos um tanque escavador que deve evitar outros tanques (ou explodí-los) e destruir núcleos pelo cenário. A dificuldade é progressiva e tem um ótimo desafio aqui. É como uma mistura entre Dig Dug e Combat, que funciona maravilhosamente bem.
Time Pilot é um shooter multidirecional lembrando muito Bosconian e Sinistar de Arcade. A temática é de guerra, contrariando a tendência maior da época que era de jogos de tiro espaciais. É um jogo bem difícil mas pelos motivos certos. Muito bem feito e com ótimos controles, trata-se de um jogo honesto, que se propõe simplesmente a divertir. O próximo título degringolou um pouco as coisas. Tomarc The Barbarian é uma tentativa no gênero plataforma com gráficos até bem feitos mas com controle horroroso, resultando em uma experiência tosca. Não recomendado...
Mas rapidamente as coisas melhoraram nesta edição com o jogo Trick Shot. Sempre gostei muito de Side Pocket de Super Nintendo. Nos anos 90 tirávamos sempre vários contras entre amigos, além do single player difícil é técnico com aquela trilha sonora sensacional... Mesmo nos tempos de faculdade, bem no começo do curso eu e meus amigos jogávamos bastante Side Pocket competitivo. Bons tempos... Este Trick Shot me remeteu diretamente a essa época, porque parece um protótipo do Side Pocket. Universal Chaos parece a princípio mais um jogo de labirinto à-la Pac-man. Mas o melhor jeito de descrevê-lo é como um Rally-X que atira. Não é possível retroceder, apenas seguir em frente e mudar a direção, então o jogo fica ágil e furioso rapidamente, em um bom teste de reflexos. Diversão simples e honesta, Boa surpresa nesta edição.
Seguindo para o próximo da lista, imaginem Breakout com uma visão por baixo da barra e em 3D. É precisamente o que ocorre em Wall Ball. À primeira vista o efeito de profundidade e distância é muito interessante, competentíssimo. O que prejudica os controles é que rebater a bola é uma tarefa das mais ingratas, porque é difícil prever onde a bola vai quicar. Isso torna o jogo extremamente parado e portanto tedioso, não valendo a pena seu tempo. Rapidamente passei para Wall Defender, mais uma abordagem diferente dos jogos de tiro. Nele é preciso atirar em inimigos antes que eles alcancem a parede do labirinto. A cada parede destruída, mais aumenta a dificuldade. Os visuais são super básicos e o jogo exige bastante do jogador com uma dificuldade que aumenta rápido. Wing War é um jogo que lembra muito Joust, no qual controlamos um dragão por vários estágios com objetivo de derrotar inimigos cuspindo fogo neles. O botão de ação bate as asas, como em Joust. Mas para atirar que é o problema, para isso precisamos usar o direcional para cima... isto acaba com a precisão dos controles, tornando este jogo um tanto quanto "injogável".
Terminamos aqui com um joguinho ímpar dessa época. Z-Tack pode ser visto como um Space Invaders às avessas; nele você é o invasor, devendo destruir canhões na superfície de algo que parece um planeta alienígena... Jogo muito simpático, exige até um pouco de estratégia para posicionar seu disco voador e atirar. Gostei!
E aqui finalizamos mais uma edição da Jornada Atari 2600, terminando o ano de 1983. A empreitada de jogar todos os jogos do Atari 2600 continua melhor do que previ inicialmente, o que é ótimo. Nessa altura da história, o console já completava seis anos de trajetória. Vamos ver o que os próximos anos trarão a esse sistema tão longevo...
Destaques: Threshold, Thunderground, Time Pilot, Trick Shot, Universal Chaos, Z-Tack.
Piores momentos: The Texas Chainsaw Massacre, Tomarc The Barbarian, Wall Ball.
Essas piscadas do game na tela deve ser o efeito da falta de capacidade da máquina em processar os sprites kkkkkk coisas do atari, embora em games da Activision eu não lembro de ter visto isso, mas por outro lado veja que o Pac Man é cheio de flutuações deste tipo. As vezes é até engraçadinho.
ResponderExcluirRapaz eu amo esse Thunderground, excelente jogo mesmo! Side Pocket do SNES é quase como um jogo "cult" marcou muitas pessoas da época mas nem sempre, ou quase nunca, figura entre o TOP list das pessoas. Pela trilha sonora é verdade!
Embora o ano de 83 tenha sido conturbado para a Atari, o número de jogos bons e ruins apareciam aos montes! De certo modo o Brasil pegou uma época boa, pois os Ataris começaram a chegar oficialmente aqui em 83. O Ztack eu chamo de Atlantis ao contrário, comecei a rir quando vi que você pensu quase igual a mim kkkkkkkkk eu me refiro a Atlantis porque existe o elemento "cidade" em ambos entende? ^_^
Abração Lucas!
Olha, até aqui eu não vi nenhum jogo da Activision com essas piscadas malucas. Eles eram mesmo mestres do Atari, exploravam demais o potencial do aparelho. Fico imaginando as surpresas que eles causavam na época com esses lançamentos.
ResponderExcluirA trilha do Side Pocket é incrível e o mais interessante é que as versões de mega e snes têm arranjos suficientemente diferentes para fazer as duas valerem a pena. E sobre marcar época, muita coisa marcou, né. Acho que dava para fazer um top 100 sem muito esforço.
E é muito legal ver como funciona a imaginação, né Ulisses! Para Z-tack causar uma impressão tão parecida em duas pessoas diferentes, hehehe. Um grande abraço Ulisses!
Eu sou muito suspeito para falar da Activision. Pra você ter uma ideia eu prefiro HERO do Atari do que o do SG1000 ou versões de computador que são muito mais bonitas graficamente. Sei lá. A forma que eles trabalhavam as cores, cores sólidas, chapadas, eu gosto muito.
ExcluirFalou Lucas!