sexta-feira, 7 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 27: Ultrapassando os Limites do Atari

Na edição de hoje, falo sobre os jogos lançados em 1988 para o Atari 2600 que pude jogar recentemente. Começamos bem a edição com Commando, que é um jogo de tiro a pé, daqueles Run n' Gun, estilo Contra, mas com uma visão aérea semelhante a Ikari Warriors da SNK. O controle do jogo é muito bom e o foco é o posicionamento do personagem, exigindo bastante tentativa e erro além de uma certa estratégia para acertar os tiros e desviar do fogo inimigo. Bom jogo, surpreendente no Atari 2600. Pete Rose Baseball é um simulador de baseball com gráficos surpreendentes, mas como jáfalei em outras oportunidades, eu ainda desconheço a dinâmica do baseball, e ainda não pude tirar um tempo para aprender. De certo que um dia eventualmente vou dar uma pesquisada nas regras desse esporte, assim como o futebol americano, que também não conheço. Portanto, eu não posso opinar se o esporte fcou bem representado, fato é que o jogo parece ser muito bem feito.



Daqui passei para River Raid II, jogo que gerou muita expectativa para mim e de certa forma me frustrou um pouco. Aqui a estrutura do original foi bastante modificada, pois agora, além do combustível é preciso gerir velocidade e altura do avião. O jogo é bem feito como seu antecessor mas os controles são meio inacessíveis a princípio, e até pegar as manhas eu explodi muito. Essa dificuldade no início do jogo faz com que falte aquele fator divertido do primeiro jogo. Não há a diversão imediata, mas um pouco de persistência para aprender os controles e pegar o ritmo do jogo revela um bom momento. Ou seja, é um bom jogo, mas nem de longe aquela obra prima que foi o primeiro River Raid. Mantendo o estilo shooter, Sea Hawk tem uma progressão lateral no estilo Defender, com scroll fluido e gráficos coloridos e detalhados. Tinha tudo para ser divertido, mas sofre da síndrome do botão único... O botão de ação lança um míssil que cai em parábola, então depende muito do seu posicionamento. Para atirar do jeito tradicional, é preciso usar o direcional para o lado e o botão de ação, e isso faz com que seja muito difícil desviar do fogo inimigo, assim como outros jogos de tiro do Atari com essa abordagem. Foi frustrante, pois o jogo começou promissor e aí meu avião explodiu até eu cansar de vez. E me lembrei que anteriormente na edição 14 da Jornada eu joguei um título chamado Seahawk  (assim, junto mesmo) e não havia curtido. Estranhamente ele apareceu novamente na lista, e uma vez mais o joguei. E realmente é o mesmo jogo, e parece que minha opinião sobre ele piorou um pouco...

O surpreendente Task Force é um jogo estilo Duck Hunt mas usando o controle normal. Aqui é preciso ser rápido: o objetivo é abater mafiosos com armas na mão antes que eles atirem em pessoas desarmadas. Foi mais divertido do que o esperado, mas a mira é meio lenta, então o jogo fica difícil demais e um game over é questão de tempo. O próximo da lista foi Tomcat: The F-14 Fighter Simulator, que é um desses simuladores de vôo burocráticos e pomposos em que a leitura do manual é obrigatória para conseguir fazer algo. Considerando o hardware do console, o jogo é muito bem feito e tem uma física convincente, levando em conta a angulação da aeronave, altitude, velocidade, etc. Mas é o tipo de jogo que exige um hardware mais sofisticado, então aqui no 2600 ele ficou bem monótono. De toda forma, os programadores merecem todo o mérito por reproduzir no velho Atari um jogo tão avançado em pleno 1988.


Dark Chambers chegou com tudo animando minha lista de jogos da edição, é mais um título que eu achei inacreditável. É um jogo de ação com visão aérea que mistura o estilo de Berzerk com Gauntlet (do arcade, não aquela decepção que nós vimos na edição 19 da Jornada...) e ainda com uma pitada de Zelda. E sim, o jogo funciona maravilhosamente bem. O personagem pode atirar ao apertar ou segurar o botão de ação ou usar alguns itens secundários como bombas ao apertar o botão duas vezes rapidamente. O jogo é bem grande para um título de Atari 2600 e tem várias nuances interessantes, como o fato de que ao atirar em inimigos mais fortes eles se transformam nos mais fracos. Maravilhosa surpresa, melhor jogo dessa edição. Depois de um clássico oculto, nada como rever um clássico famoso, e foi isto que Defender II apresentou ser. É bem mais interessante que o primeiro Defender no Atari, sendo uma conversão bastante fiel do primeiro Defender dos fliperamas (que analisei aqui ano passado), portanto é um dos melhores jogos de tiro disponíveis no Atari 2600. Altamente recomendado.

Passei depois uns minutos divertidos com Sprintmaster, que é um jogo de corrida com visão aérea estilo Micro Machines, com modo para um ou dois jogadores e uma boa variedade de pistas. Os controles são super responsivos, mas eu sou uma pereba nesse tipo de jogo. De todo modo, é um título divertido para quem tiver o mais remoto interesse em jogos de corrida. Terminando a sequência, fechei com Super Baseballe Super Football, que por sua vez não chamam muito a atenção e como comentei antes, ainda não tenho nenhum conhecimento dessas modalidades, portanto não tenho ainda uma opinião formada desses títulos. Quem sabe no futuro eu não aprenda as regras, assim eu poderei um dia curtir os jogos de esportes do Mega Drive, que segundo ouço dizer, são excelentes. Mas por enquanto não tenho uma opinião desses esportes.

 
Esses foram os jogos de 1988 no Atari 2600, e estou positivamente impressionado com o domínio que os desenvolvedores alcançaram desse hardware, aumentando em muito a vida útil deste console que foi tão popular (e continua sendo). Com certeza vou revisitar boa parte deles com mais calma no futuro.

Destaques: River Raid II, Dark Chambers, Defender II.
Piores momentos: Sea Hawk. 


 

2 comentários:

  1. Esse negócio de mexer na altura de River Raid eu acho um saco kkkkkkkk River tem que ser do jeito original mesmo que está perfeito! Vou dar uma olhada em Dark Chambers parece incrível mesmo! O pessoal em 88 já tinha muito conhecimento da máquina e podia extrair o melhor do Atari... pelo menos em força bruta.
    Vou anotar esses jogos todos para testá-los ou rejogá-los. Eu percebi que deixei de lado esses games mais novos pós 84 de lado. Tem coisa boa por aí! ^_^
    Valeu Lucas!

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  2. A altura em River Raid é um pé no saco sem dúvida! Os gráficos nessa época chamam a atenção mesmo, interessante como o conhecimento progressivo dos programadores extraía muito mais do que o esperado nos consoles. Abraço Ulisses! Jogue Dark Chambers que você vai curtir.

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