sábado, 8 de julho de 2017

Análise 66: Pac-Land [Arcade]



Desde que escrevi sobre o side scrolling 2D aqui no blog lá pelo início de 2015, tenho tido a vontade de escrever sobre Pac-Land e me aprofundar neste título tão pouco lembrado. Demorou "apenas" cerca de 2 anos, mas aqui estão minhas reflexões sobre este peculiar jogo do Pac-man que não aparece nas coletâneas que a Namco vem lançando para todas as plataformas há décadas. Lançado em 1984 para os fliperamas, trata-se de um jogo de plataforma com side scrolling lateral e parallax (técnica visual em que elementos de diferentes profundidades do cenário se movem a velocidades diferentes gerando uma sensação de imersão maior no jogo). Assim, diferentemente de Pitfall, por exemplo, a ação flui pelo cenário ao invés de trocar telas como se fossem slides, como era uso na época.

O efeito de side scrolling é incrivelmente fluido e os visuais são coloridos e muito bem animados, como se estivéssemos assistindo um desenho animado. O jogo é dividido em "viagens", que são conjuntos de fases nas quais Pac-Man precisa carregar uma fada até o final de cada cenário, progredindo da esquerda para a direita. Na última fase de cada viagem, Pac-Man recebe botas especiais que permitem que ele salte várias vezes no ar, e ao final de cada viagem ele é recebido em casa pela Ms. Pac-Man e Pac-Man Jr. 
Aqui há poucos sinais do estilo de jogo em labirinto que consagrou o amarelão: controlamos a direção entre esquerda e direita com os botões direcionais e o salto com o botão de pulo. E não adianta fazer como eu achando que o Pac-Man é o Mario de SMB: pular nos inimigos não os derrota, é preciso evitá-los como se fazia desde 1980 no primeiro come-come de fliperama. Pelo caminho é possível coletar frutas para pontos e as cápsulas maiores, assim como nos outros jogos, deixam o personagem invencível por uns poucos segundos e os fantasmas ficam azuis e fujões. Assim, basta ir atrás deles e tocar neles, como no fliperama, acumulando pontos e os derrotando.








Apesar da mudança de estrutura do jogo, as
cápsulas de poder ainda têm a mesma função.

Achei impressionante como esse jogo apresenta o estilo plataforma 2D com progressão lateral ainda antes do Super Mario Bros. de NES, e com gráficos mais detalhados e avançados. Infelizmente a música é bem repetitiva e não marcante, enjoando rapidamente. O jogo também pode ser completado em questão de minutos depois que nos habituamos com os controles e o tempo de cada inimigo. E vou além na sinceridade: este jogo não é divertido. Pelo menos eu não gostei muito, e tenho a opinião de que Pac-Man bom é no formato original mesmo. Pelo menos nos jogos do come-come que joguei até aqui, claro... Lembrando que ainda não joguei os mais modernos. 

Os detalhes gráficos impressionam

O valor de Pac-Land em minha opinião reside nas inovações tecnológicas que trouxe, ajudando a definir uma série de nuances que se tornariam padrão nos jogos 2D, como o gênero plataforma e o side scrolling, que é muito bem feito e fluido nesse jogo. A jogabilidade não marca o jogador e não diverte tanto como outros jogos de plataforma dessa época, como por exemplo Super Mario Bros. e Pitfall, apenas para citar alguns. Não é um grande jogo e isto é deixado claro pela própria Namco em não incluí-lo em seus relançamentos e remasterizações. Pessoalmente, eu o achei bem morno e pouco divertido. Todavia, pode ser considerado um jogo importante pelas inovações que trouxe e eventualmente se tornariam um padrão nos videogames nas gerações 8 e 16 bits.


 

2 comentários:

  1. Eu já ouvi falar dele mas nunca tentei. Sei lá, acho que Pac Man é tão perfeito do jeito que é que fica difícil levar a alma do clássico para outro tipo de game. Mas agora com seu texto eu confirmei este pensamento. O legal é que o jogo foi bem feito graficamente, mesmo assim, Pac Man só em 2D chapado mesmo. ^_^

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  2. Pois é, caro Ulisses... Não joguei todos os jogos do Pac-man, mas parece que quando eles resolvem variar a mecânica original costuma dar errado. Pac-land é exatamente isso mesmo, tem um valor histórico pela tecnologia que usou na época, mas é um jogo bem fraquinho.

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