sábado, 1 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 25: Em 1984, um Arcade em Casa

Estamos já em julho... Como o ano está passando rápido! A vigésima quinta edição desta Jornada Atari 2600 nos traz os jogos lançados para o console em 1984, época em que já havia ocorrido o Crash dos Videogames e pouco antes o Famicom havia sido lançado pela Nintendo no Japão. Em um momento de tantas mudanças e com tantos consoles de videogame disponíveis na epoca, a vitalidade do Atari 2600 é de surpreender. Chegamos aqui a jogos que eu já analisei aqui no blog, seja no próprio Atari 2600 ou no formato original de Arcade. Sim, o Atari 2600 buscava ser uma espécie de arcade/fliperama caseiro, e na maior parte das vezes conseguiu excelentes resultados, como veremos a seguir. Começamos com o pé direito esta edição, com um dos petardos da Activision - e que eu particularmente não conhecia. 

Cosmic Commuter começa com uma sequência despretenciosa na qual devemos regular a aterrissagem de uma espécie de foguete. Quanto mais suave for, maior a pontuação. Depois disso, uma pequena nave/cápsula/coisa se desprende do veículo maior e o jogo de fato começa. É um shooter horizontal, no qual podemos acelerar ou retroceder, lembrando Defender. Aqui é preciso gerir o combustível, que pode ser reposto ao longo da fase como em River Raid. É possível desviar dos obstáculos ou atirar neles, enquanto resgatamos pessoas no solo. Poucos jogos do Atari 2600 têm tanta coisa acontecendo e tantas variedades. A movimentação e o side scrolling são incrivelmente fluidos e as físicas de movimentação, aceleração e desaceleração da nave são muito convincentes. Evidente que este é um jogo da Activision, e portanto super polido. Dei uma pesquisada no Oráculo e vi no site Atari Age que este jogo foi desenvolvido por John Van Ryzin, o mesmo mestre por trás de H.E.RO. (que analisei aqui no ano passado). Fantástico jogo, definitivamente um dos melhores que pude conhecer na Jornada Atari 2600.

Espial é mais um jogo de tiro com naves, porém com progressão vertical. O visual é bastante colorido e tem aquelas piscadas do Atari, mas é bem sutil, portanto com baixo risco de induzir crises convulsivas. O jeitão do jogo lembra muito Xevious, surpreendentemente bom. Daí parti para Frogger II: Threeedeep!, que é uma sequência digna do clássico dos arcades, com uma variedade interessante de cenários, com maior destaque para a fase que ocorre no céu. Excelente jogo do Atari. O nível caiu um pouco com Front Line, que segue um estilo de tiro, porém controlando um soldado a pé, lembrando Ikari Warriors da SNK. O jogo diverte, mas não chama muito a atenção, enjoando rapidamente. Mesmo assim, é muito bem feito, considerando o escopo e apresentação dos jogos dessa época.

Depois segui para Gyruss, um jogo de tiro em tubo, seguindo a linha de Tempest (que também analisei por aqui), com uma interessante sensação de profundidade criada pelo efeito de perspectiva. A movimentação da nave é giratória, como sugere o título, e os controles são ótimos. As coisas só melhoraram com H.E.R.O., que para muitos é um dos melhores, senão o melhor jogo do Atari 2600. Não há como jogar Atari e não lembrar de H.E.R.O..... Me diverti muito ano passado quando o analisei aqui no blog, e me diverti novamente jogando esta maravilha.  


Montezuma's Revenge: Starring Panama Joe foi um jogo com o qual não criei grandes expectativas, esperando que fosse algum clone de Pitfall!... Mas na verdade, é um interessante jogo de plataforma/aventura, no qual coletamos chaves para avançar pelos cenários. Cada trecho tem uma solução específica e um caminho, com uma veia puzzle que lembra Lode Runner em alguns momentos. Extremamente divertido, é como Pitfall!, mas baseado em exploração e não tanto em correria e saltos. Falando em Pitfall, chegamos a Pitfall II: Lost Caverns também já foi analisado aqui, e assim como H.E.R.O. é uma das grandes realizações do Atari 2600. Depois de tantos jogos que conheci durante a Jornada Atari 2600, Pitfall II parece ainda mais impressionante,

Como toda edição, temos altos e baixos, e River Patrol foi um destes. Você controla um barco por um rio, devendo resgatar pessoas. E pasmem, nenhum tiro disparado... Não gostei deste aqui. Roc 'N Rope é um jogo de plataforma primitivo no qual usamos uma corda para atravessar buracos do cenário. O jogo é um pouco frustrante, mas me lembrou o clássico Bionic Commando em alguns momentos. 


O Spy Hunter de Atari 2600 é uma versão capada do clássico dos fliperamas, mas muito melhor do que o esperado no Atari. A jogabilidade, que era meu medo com relação a esse título, ficou surpreendentemente boa, funciona muito bem no Atari. Boa surpresa mesmo. O original de Arcade também foi analisado aqui no blog. Em seguida veio Star Wars: The Arcade Game, um jogo de tiro em primeira pessoa no qual pilotamos a lendária nave X-Wing pelas trincheiras da Estrela da Morte em Uma Nova Esperança. Os gráficos são vetoriais, mas não consegui avançar porque o cenário não muda...


Tapper é uma versão do arcade Root Beer Tapper, do qual falei aqui há alguns meses. A conversão ficou excelente. O garçom agora parece uma espécie de pirata com bandana, e o bônus está muito mais difícil que o original por conta da não fluidez gráfica. Mas a diversão está fielmente reproduzida nesta versão, fiquei muito satisfeito com ela, pois gosto muito da versão arcade e foi ótimo ver esse clássico em boa forma no Atari. Gremlins fica com o posto de pior momento da edição. Ele reveza o estilo de jogo do famoso Kaboom com clones de Space Invaders, mas não se destaca.


Millipede no Atari 2600 ficou excelente: fiel ao original, veloz e furioso. A dificuldade aumentou na minha opinião, mas ainda assim é um incrível jogo de tiro da época, uma excelente versão do arcade. Encerro a edição por aqui com Pengo, um jogo de ação estilo arcade da Sega que analisei aqui esses dias. A versão do Atari é competente, mas infelizmente tem umas falhadas no controle, que às vezes custam uma rodada inteira. Mesmo assim, é interessante como o limitado console da Atari conseguia ter seus grandes momentos de Arcade em casa.

Esta edição mostra que o potencial do Atari 2600 era muito maior do que o que parecia em seu início, e estou positivamente surpreso com a qualidade dos jogos desta edição. As conversões de arcade foram muito competentes, considerando as limitações do console. Terminamos assim o ano de 1984 para o Atari 2600. Nas próximas edições vamos ver o que os próximos anos trouxeram ao pai dos consoles domésticos de videogame.

Destaques: Cosmic Commuter, H.E.R.O., Pitfall II, Spy Hunter, Tapper, Millipede, Pengo.
Piores momentos: River Patrol, Star Wars Arcade, Gremlins.



2 comentários:

  1. Quando eu joguei Cosmic Commuter o que me chamou atenção foi essa coisa de ter que administrar várias coisas ao mesmo tempo... gasolina pessoas mapa do jogo, muito bom mesmo. Frogger 2 e espial nunca joguei, e pela lista de espera que eu tenho de jogos para serem jogados acho que vai demorar para eu conhecer estes dois. O frontline do Atari só fui jogar muito tempo depois na era Nintendo, achei tedioso. Montezuma eu joguei pouco mas gostei. Senti que ali tem um game que lembra master system um pouco, parece ser um jogaço! Hero é absoluto, sem palavras. Tapper? Não conheço. As conversões de arcade para o 2600 eram boas mesmo mas nem perto do que o poderoso Colecovision podia fazer, mesmo assim o Atari cumpriu bem seu papel de trazer as máquinas gigantes para dentro de casa. ^_^
    Se o mercado americano de games não tivesse tido os problemas de 83, acho que daria pro atari seguir até o final de 84 com muita força, mas de certo modo a própria empresa já estava tentando aposentá-lo. Fato confirmado com o lançamento do Atari 5200. O post está bem na virada das coisas, como você mesmo cita, daqui pra frente quem se destacou foi o Famicom.
    Abração Lucas!

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  2. É verdade, já em 1982 começaram a preparar uma aposentadoria para o 2600... Uma pena que eles tentaram complicar muito as coisas com o 5200, um dos fatores para a derrocada da Atari. Esse período histórico é mais interessante do que parece. Um sistema aparentemente obsoleto recebendo coisas como Hero e Pitfall II, além de várias conversões de arcade... Abração Ulisses!

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