sábado, 15 de abril de 2017

Knights of Pen and Paper: Uma Ode aos RPGs

Há tempos um RPG indie chamou minha atenção por sua premissa e estilo: Knights of Pen and Paper. Apesar de ter me chamado a atenção a pixel art, o que manteve minha atenção foi mesmo a jogabilidade junto com uma tonelada de referências aos arquétipos do RPG. Aqui, o foco é exatamente uma mesa de RPG com papel e caneta. Controlamos jogadores se divertindo em várias jornadas e interagindo com o mestre de jogo que conduz a narrativa. Os eventos e a história do jogo vão sendo conduzidos por "quests" que vão desde enfrentar inimigos e ganhar xp e itens, até  escoltar personagens de um lugar para outro. As passagens narradas pelo mestre de jogo dão margem para a imaginação do jogador e aqui os desenvolvedores foram muito felizes ao transmitir o sentimento de reunir os amigos para jogar RPG. Confesso que eu mesmo fiquei com muita vontade de fazer uma reunião dessas depois de jogar KPP.


A jogatina começa ao criar seu personagem: cada um é um estereótipo diferente, indo desde o roqueiro, o nerd, o engravatado, o irmão mais novo, e até a avó e o entregador de pizza. Escolhido o tipo de personagem, escolhemos a classe, como em um RPG de mesa - a exemplo de Ultima - que envolve os típicos guerreiro, mago, clérigo, caçador, druida, paladino e ladrão (rogue). Logo no primeiro cenário o mestre de jogo narra a situação: todos estão presos no castelo, e após a primeira batalha contra os guardas, a fuga. A partir daí, uma série de tarefas - Quests - que variam desde derrotar monstros, coletar itens após batalhas, entre outros, a história vai se desenrolando. 

A cada jogada as coisas são decididas por jogadas de dados, então é assim que o jogo define se haverá alguma batalha aleatória ou não, ou se na batalha terão pontos extras de dano - os critical hits. Com poucos toques na tela é possível arranjar batalhas para acumular experiências, comprar itens, equipamentos, começar jornadas/quests... É um formato de RPG fantástico para jogar de forma portátil. Os sons são muito bons, mas como é um jogo portátil, normalmente tenho jogado no mudo. Os diálogos e a história são lotados de referências a clássicos de jogos, filmes e literatura relacionada a RPGs, e até alguns memes. Com frequência o mestre do jogo ou um dos jogadores dá uma de Gandalf do Senhor dos Anéis e diz: "You Shall Not Pass!", ou o mestre dá uma de Shao Khan do Mortal Kombat dizendo "Choose Your Destiny" e por aí vai. Os inimigos e locais também são lotados de referências, como um monstro chamado Missing No. em uma clara alusão ao famoso bug em Pokémon Red/Blue. E por aí vai.









O pessoal da Behold Studios acertou em cheio
na caracterização dos RPGs de mesa.

As batalhas são ágeis e divertidas, e a história segue uma série de clichês, mas em nenhum momento fica desinteressante, pois é uma brincadeira entre amigos, o que vale é a diversão das quests e vencer os monstros conjurados pelo mestre do jogo. E esse clima imaginativo é muito bem capturado nesse jogo. Existem microtransações, mas em nenhum momento foram forçadas, sendo algo completamente opcional e que em nenhum momento prejudicou a diversão desse jogo. Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Behold Studios, Knights of Pen and Paper é um jogo absurdamente competente e bem feito, disponível para celulares e PC pela Steam. KPP é um jogo cativante e muito divertido que vai te prender até o final.  


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