domingo, 20 de novembro de 2016

Análise 28 - Keystone Kapers [Atari 2600]


Após uma experiência não tão divertida (porém bastante reveladora) com Frostbite, o próximo jogo de Atari 2600 em minha lista é Keystone Kapers. Com o perdão de mais um trocadilho infame, Frostbite foi um banho de água fria para mim, pois passei a ter grandes expectativas com os títulos da Activision no Atari 2600. É com prazer que digo que Keystone Kapers cumpriu minhas expectativas.










O cartucho de Keystone Kapers


Keystone Cops: influência para
os filmes e para os videogames.
Keystone Kapers foi lançado pela Activision em 1983 para o Atari 2600, é um jogo de ação na qual o jogador controla um policial chamado Keystone Kelly e tem por objetivo capturar um ladrão chamado Harry Hooligan antes que ele fuja de uma loja de departamentos. Podemos dizer que esta é uma versão em videogame das brincadeiras de polícia e ladrão ou pega-pega, como foi muito bem ressaltado na análise do site RetroArkade. Apresenta-se também inspirado nos filmes mudos da série Keystone Cops de Mack Sennett do início do século 20, nos quais ocorrem perseguições de policiais atrapalhados em vários episódios com ação bem humorada - importantíssimos nos primórdios dos cinemas.







O jogo ocorre na citada loja de departamentos com seus 3 andares e o terraço em uma vista lateral em 2D. A movimentação segue um padrão semelhante ao Pitfall! que já foi analisado no blog - a progressão de telas ocorre em transições como se fossem slides, ainda sem o uso de side-scrolling. O jogador movimenta o guarda com o direcional, podendo também se abaixar para desviar de obstáculos e o botão de ação executa os saltos. O objetivo é simplesmente alcançar Harry Hooligan, porém ele sempre vai fugir de você. Portanto, é preciso alcançá-lo pelas costas, e para isto será preciso se deslocar pelo cenário entre cada andar da loja.
 

O deslocamento ocorre ou tomando o elevador ou usando escadas rolantes, que o fugitivo também pode usar. Para isso é preciso uma certa estratégia e o jogo apresenta um mini mapa na parte de baixo da tela, mostrando a movimentação de Harry em relação ao Keystone. Neste jogo há alguns detalhes muito interessantes que criam profundidade. O guarda pode tomar elevadores, o ladrão não, mas em contrapartida ele pode descer de andar quando chega a um canto da tela, diferente do guarda. O personagem controlável é mais rápido que o ladrão. Assim, é preciso planejar cada movimento para cercar o ladrão, pois sempre que Keystone estiver à frente, Harry vai correr para o outro lado.

Um trecho do manual, explicando o sistema de jogo.



No caminho há muitos obstáculos como rádios, bolas de praia e carrinhos de compras para atrasar o avanço de Kelly.  Ao tocar qualquer um desses objetos, o jogador sofre uma penalidade de 9 segundos. Em fases mais avançadas, aviões de brinquedo chegam a tirar uma vida do jogador, que ao iniciar tem apenas 3 delas. Uma vida é perdida toda vez que Harry não é pego antes do tempo limite, e o jogo, assim como seus contemporâneos do Atari 2600, dura até que o jogador perca todas as vidas. O jogador consegue vidas extras ao acumular 10.000 pontos, porém pode ter apenas mais 3 vidas extras. A pontuação acumulada depende do tempo: quanto mais rápido o jogador, mais pontos, e além disso pegar maletas ou sacos de dinheiro aumentam a pontuação. E a cada fase o jogo fica mais difícil, mais frenético e por consequência mais divertido. Os gráficos são muito bem detalhados para o Atari 2600, a movimentação é fluida e os controles são excelentes. Keystone Kapers é um jogo absurdamente divertido e representa muito bem as qualidades dos jogos clássicos de Atari 2600. Vale muito a pena ser jogado, recomendadíssimo!





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