domingo, 21 de maio de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 22: O Atari Cada Vez Melhor

Essa semana tive a excelente notícia do retorno do Gagá Games. Sim, o retorno de um dos melhores sites de retro gaming! Minhas singelas boas vindas e parabéns pelo retorno do Gagá. Eventos legais assim até inspiram a gente a escrever mais... Seguindo com a jornada Atari 2600, hoje vamos ver sobre mais jogos de 1983 que joguei para o velho Atari. 

Essa edição começou muito bem com Q*bert, que é uma ótima versão do arcade, divertido e viciante. Publiquei uma análise sobre ele ano passado aqui no blog. Sendo uma boa versão, Q*bert é exatamente o que esperamos: um jogo fácil de começar, divertido, ágil e difícil de largar. Dentro das limitações do 2600, ficou tudo muito bem feito e fiel ao original dos fliperamas. Depois, me forcei e largar o jogo e partir para Quest for Quintana Roo. Aqui é preciso explorar uma pirâmide em busca de itens e segredos, alternando visão lateral e aérea-lateral. O jogo tenta fazer coisas inovadoras para a época e o visual é até que bem detalhado para o Atari, e os controles respondem bem. O problema é que a falta de texto inerente ao 2600 junto à obrigatoriedade do manual tiram a espontaneidade do jogo, ficando tedioso ao extremo. Portanto, não recomendo. Sem dificuldades deixei este aqui de lado e comecei a jogar Quick Step. Lembra vagamente Q*bert e Frostbite, mas é um jogo competitivo entre um esquilo e um canguru (???). Dependendo do ritmo em que pisamos nos blocos e mudamos suas cores, é possível prender o oponente na tela e conforme os blocos caem, é possível eliminá-lo da tela. É um jogo surpreendentemente bom, com um jeitão puzzle meio arcade, que funciona bem para dois jogadores. Valeu a pena conhecer este aqui... Raft Rider é um jogo a princípio desinteressante pela temática: nele controlamos uma canoa por um rio, devendo desviar de um obstáculo, sempre atrás de um cachorro na margem. Mas, depois de dar um tempo ao jogo, tive alguns momentos divertidos, pois controlar a jangada é desafiante e desviar das pedras com precisão cirúrgica dá uma sensação bem satisfatória. Gostei!



Ram It é um jogo de tiro no qual é preciso atirar em barras (que mais parecem ser de gráficos com barras em planilhas) antes que elas ocupem toda a tela. O jogo em movimento é interessante, mas as barras avançam rápido demais, com uma dificuldade desleal, tirando a diversão que poderia ter aqui. Uma pena. Mais uma surpresa da edição, Robin Hood é um jogo de tiro no qual controlamos o personagem livremente pela tela em visão aérea, mais ou menos como em Berzerk. O botão de ação lança as flechas, e os controles são ágeis e respondem muito bem. A cada inimigo abatido a pontuação sobe e a dificuldade aumenta progressivamente. Os gráficos são muito bem detalhados para a época, é um jogo muito bem feito mesmo. Minha única crítica é que o Robin Wood está mais para um índio norte-americano... Duvida? Veja as imagens do jogo e conclua... Enfim, foi mais uma surpresa, é um bom jogo. Robot Tank é da Activision e isso por si já aumenta a expectativa pelo jogo. Nele, temos um tiroteio em primeira pessoa lembrando muito o excelente Battlezone. Todas as qualidades deste outro jogo estão aqui, porém há mais detalhes, como a passagem de dia para noite, mudança de clima... Coisas que já vimos em Enduro, da mesma Activision. Controlando uma espécie de tanque-robô, este jogo passa a sensação de um ambiente tridimensional de forma muito competente. Gostei muito desse jogo. Save the Whales é um jogo a princípio com uma mensagem ativista pela infeliz e triste ameaça de extinção das baleias - em mais uma jogada de mestre desta humanidade "linda"... - no qual precisamos literalmente salvar baleias. Controlando um submarino, é preciso destruir redes e armadilhas que são lançadas contra os pobres cetáceos. O jogo é bem feitinho e tudo, mas as coisas são rápidas demais, deixando tudo muito difícil, deixando de divertir. Mas acredito que esse jogo tem valor por buscar passar uma mensagem de preservação ambiental - e isso é incrível considerando que a indústria dos videogames ainda estava em sua infância.


Seaquest é um espetáculo de jogo. Mais um petardo dos mestres da Activision, nele controlamos um submarino amarelo (sim, amarelo!), devendo salvar mergulhadores e atirar em torpedos e tubarões, além de se preocupar com o suprimento de oxigênio. Excelente visual, ótimos controles e dificuldade elevada fazem deste mais um clássico do Atari.


Como é de praxe nesta Jornada Atari 2600, bons momentos são seguidos por momentos sombrios. Para provar isto veio Shootin' Gallery, que é um jogo de tiro baseado naquelas atrações de feira com tiro ao alvo. Os gráficos são bonitos e o jogo é simpático, mas enjoa rápido. Shuttle Orbiter é um jogo sobre foguetes, mas sem nenhum sentido para mim... Não tive paciência para conhecer melhor, então se alguém o entender e tiver a gentileza de me explicar como se joga... Enfim, seguindo com a edição. Sir Lancelot segue o mesmo esquema de Joust, à risca, "igual que nem". Tem bons gráficos e funciona até que bem, mas os controles são muito mais sensíveis que Joust, dificultando a precisão dos movimentos. Divertido, mas quando a dificuldade aumenta, ele fica frustrante, deixando de divertir. Sky Skipper foi um momento intragável para mim. Nele você controla um aviãozinho devendo salvar umas criaturas estranhas... controles quebrados e um ritmo glacial tornam este um jogo tenebroso. Snail Against Squirrel é um jogo de plataforma sem saltos com tela fixa no qual um esquilo precisa evitar moluscos... sério mesmo. Segue o caminho do Sky Skipper, é ruim de doer. 



Com todo o "ânimo" que esses dois últimos jogos me deram, fui jogar Solar Fox com uma expectativa não muito boa, e para minha surpresa o jogo é fantástico. A princípio ele parece um jogo de tiro porque controlamos uma nave, mas não verdade ele é um jogo totalmente único. Imaginem Pac-man sem os labirintos mas precisando desviar de tiros a todo momento. É possível acelerar a nave, e a dificuldade aumenta progressivamente. Os controles são ótimos, formando um clássico da Bally Midway. O melhor dessa edição, empatado com Seaquest. Antes de terminar mais uma edição, não poderia faltar um clone de Space Invaders: Solar Storm é um shooter super difícil, por vezes estressante. Embora tenha suas características e seja bem mais rápido, ele ainda é para mim mais uma tentativa de copiar os invasores do espaço. Apesar dos já habituais jogos ruins, essa edição mostrou um maior nível de qualidade e diversão, apresentando-me alguns dos jogos que mais gostei no Atari 2600 até agora. O que é ótimo, porque isso me anima ainda mais a jogar o que vier a seguir em nossa Jornada.

Destaques: Q*bert, Robin Hood, Robot Tank, Seaquest, Solar Fox.
Piores momentos: Quest for Quintana Roo, Sky Skipper, Snail Against Squirrel.


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