segunda-feira, 6 de março de 2017

Análise 51 - Paperboy [Arcade]




O peculiar controle
de Paperboy
Era para eu ter publicado esta análise e outros textos ainda em Fevereiro, mas os últimos dez dias foram singularmente puxados e intensos no trabalho, com uma carga horária muito acima do normal. Assim, o blog que vinha em um ritmo intenso de postagens deu uma parada de mais de uma semana e meia. Nesse tempo, acreditem, passei por muitos aprendizados e vivendo a vida vem as inspirações para todos os campos possíveis. E para este blog, tive algumas ideias diferentes, vamos ver se eu consigo aplicar no futuro. Por enquanto vou continuar com a sequência das análises já planejadas, além da Jornada Atari 2600, além de outros textos mais que estão salvos no rascunho por enquanto, as ideias novas vou inserindo gradualmente, para não abandonar as matérias já em andamento. 













O jogo da vez é Paperboy, mais uma tentativa da Midway em simular profissões em um jogo eletrônico, desta vez com este arcade lançado em 1984 e que coloca o jogador no papel de um garoto entregador de jornais com sua bicicleta. É difícil conhecer alguém interessado em jogos que nunca tenha ouvido falar em Paperboy, mas o jogo merece essa fama? Para esta análise usei mais uma vez o Midway Arcade Treasures  vol 1.


Logo ao começar somos introduzidos a uma tela inicial estilizada em jornal, com algumas informações do jogo. O tema jornalístico impresso é constante aqui, com seu game over virando manchete.Os gráficos são típicos dos consoles 8 bits, porém mais próximos do nintendinho que do poderoso Master System. Não há muitos detalhes nos cenários mas há muita coisa acontecendo em cada canto da rua. Ao mesmo tempo em que pedalamos rua acima, ocorrem brigas, tentativas de assalto... todos eventos bastante animados visualmente e  que podemos intervir jogando jornais (!!!) para impedir que essas coisas ruins aconteçam, e de quebra aumentando nossa pontuação.

Os maiores níveis de dificuldade têm punks sobre monociclos.


Pontuação esta, aliás, que aumentamos ao entregar os jornais nas casas certas dos assinantes do jornal The Sun. Com o Paperboy, pedalamos rua acima incumbidos de jogar os jornais nas casas certas, eventualmente quebrando algumas janelas. Ao entregar em casas não assinantes, ou um cachorro bravo tenta pegar o pobre jornaleiro mirim ou algum objeto pernicioso é arremessado contra o rapaz. O jogo busca o tempo todo derrubar o pequeno entregador da bicicleta, ou com obstáculos ou com carros passando em alta velocidade pela rua.

A chance de impedir um assalto


No início do jogo é possível escolher entre três ruas diferentes com níveis de dificuldade diferentes e um circuito de treinos no final com obstáculos e alvos para acertar os jornais e aumentar a pontuação. Os controles são um pouco difíceis no começo mas nada impossível com alguma prática insistente. Acredito que seja porque o jogo é em vista superior isométrica, lembrando o Zaxxon da Sega, lançado alguns anos antes em 1982. Na minha opinião jogos isométricos já são mais difíceis que o normal por natureza, e a isto eu credito minha dificuldade inicial deste jogo. O original dos fliperamas é controlado com um guidão (!), o que acredito que seja a melhor forma de jogá-lo. Na versão que joguei, uma alavanca do Dual Shock 2 servia para acelerar ou reduzir, e a outra para manobrar, e o R1 para jogar os jornais.


Os sons são acima da média para a época e apesar das vozes digitalizadas cansarem um pouco, é impossível não admirar as coisas que esse jogo conseguiu fazer em 1984. Gostei muito do clima inocente e descontraído do jogo, e todos os elementos da tela parecem empenhados em derrubá-lo da bicicleta, em uma prática que hoje em dia se chamaria bullying... As casa dos assinantes são coloridas e alegres, enquanto as outras são soturnas e com jeito de serem assombradas. Os eventos do jogo com que interagimos têm um jeito exagerado que deixa o jogo ainda mais divertido. A curva de aprendizagem nos controles é acentuada e no final esta é uma disputa do jogador com ele mesmo pela maior pontuação.

A dramática e sensacionalista tela de Game Over
Na minha opinião, é um jogo divertido, mas Paperboy dificilmente vai te segurar como Ms  Pac-man, Galaga, Frogger ou Root Beer Tapper, só para citar alguns arcades da época. Mas certamente é divertido e merece seu tempo.


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