segunda-feira, 27 de março de 2017

Retrospectiva 05: 16 Jogos de Android para Jogadores das Antigas

Quando procuramos algo para jogar no celular, normalmente é difícil encontrar bons jogos a preço justo. Pensando nisso, resolvi fazer uma pesquisa aprofundada para ver se realmente é tão complicado achar jogos bons para Android. O resultado dessa divertida busca pela Play Store resultou nessa retrospectiva sobre alguns jogos para download gratuito. A maioria deles contém anúncios, porém valem a pena o download. Outros ainda têm mais recursos em versões pagas e sem anúncios, as quais recomendo a todos adquirirem caso gostem dos jogos. Mas, voltando ao teor da postagem, aqui listo somente os jogos disponíveis para download gratuito mesmo. Portanto, nada de Square Enix, nem GTA ou qualquer outro jogo pago. O objetivo é listar bons jogos gratuitos que mesmo com anúncios, valem a pena conferir.
Pixel Dungeon 

Começando pelo RPG rogue-like que me introduziu a este subgênero, sou suspeito a falar sobre Pixel Dungeon. Seus gráficos pixelados e dificuldade cabulosa vão conquistar você. Esses dias escrevi um pouco sobre minha experiência com esse ótimo jogo - leia aqui.

Final Freeway 2R

Quem jogava OutRun e Top Gear está com sorte: FF2R é um clone de OutRun que funciona incrivelmente bem. A premissa é quase idêntica ao clássico da Sega, com um sistema de rivalidades interessante, além de visuais cartunizados bem feitos e uma ótima trilha sonora. Destaque positivo para os controles baseados em movimento/inclinação do aparelho que funcionam muito bem e permitem dirigir com precisão. 

Fast Like a Fox

Aqui controlamos uma raposa de origami que deve correr por cenários enormes em um jogo que mescla plataforma 2D e ritmo. Simples e simpático, vale seu download.

Glow Asteroids

É um clone de Asteroids, com um visual colorido em neon que moderniza muito bem o charmoso estilo do original de 1979. Os controles funcionam bem com a tela de toque. Está tudo ali, o mais próximo possível do original de Arcade. 

Dungeon Hunter 4

Trata-se de um RPG de ação com fortes influências de Diablo. Visuais muito bonitos, ótimo áudio, quase nenhum anúncio e muitas possibilidades de classes e customização fazem deste um jogo 5 estrelas para Android. DH4 tem qualidades surpreendentes para um jogo gratuito de Android, e em momentos parece até um RPG de console. Estou me divertindo muito seguindo a campanha com o Bárbaro, a apesar de vários erros bugs gráficos no meu J7, o jogo roda liso. Vale a pena baixar e se surpreender.



Shadow Blade

Jogo de ação hack n' slash no qual controlamos um ninja ao melhor estilo Shinobi/Ninja Gaiden. Na minha opinião é um download obrigatório para quem jogava esses jogos no Mega ou no Nintendinho. Os controles são sensacionais e o design das fases mantém o nível. Gráficos muito bonitos e coloridos. Infelizmente tem muito anúncio nesse jogo, mas vale a pena, acreditem. Baixe e diga se não é sensacional.


PinOut 

É Pinball, mas com uma importante diferença: ao invés de jogar em uma mesa acumulando pontos, devemos lançar a bola por mesas sequenciais antes que o tempo acabe. Muito divertido, complementado por um excelente visual em neon. 



Pac-man Championship Edition Lite 

Versão reduzida de um clássico modernizado que caiu muito bem para Android. Apesar de ser muito mais fácil que o original, variações no estilo clássico deste excelente jogo fazem valer a pena o download. 

Sword of Xolan

É um jogo de ação e plataforma no qual controlamos um guerreiro de capa e espada, com o objetivo de enfrentar uma série de monstros e resgatar habitantes de um vilarejo sitiado. Os controles estão muito bons na tela de toque, e os visuais remetem diretamente ao auge do Mega Drive... O estilo de jogabilidade lembra muito os trechos de ação de Actraiser de SNES. Minha única reclamação é que os cenários são meio repetitivos, mas isto não impede que SoX seja um jogo super recomendável.


Machine Knight 

Rpg em turnos com gráficos estilo 16 bits muito bem feitos. Produzido pela Kemco, é uma joia escondida na Play Store, e deverá agradar em cheio quem gostava dos RPGs de SNES e Mega Drive, principalmente Phantasy Star. 




 Q*Bert Rebooted

Assim como Pac-man Championship Edition, é uma atualização de um arcade clássico e funciona muito bem no Android, com bons controles por toque. É possível jogar no estilo clássico ou do jeito moderno. Ótima opção para quem curte jogos antigos.



Plants vs Zombies Lite

Já falei dele aqui no blog, ainda lá no começo quando listei os jogos que eu havia jogado em 2013. A versão de celular é meio encurtada em comparação com a original - e a melhor -  de PC, e mesmo assim é um ótimo jogo, cheio de conteúdo. Não é necessariamente um jogo retrô, mas tem tudo para agradar o pessoal da velha guarda.

Kung Fury

Partindo para um exemplar de Beat 'em Up, Kung Fury é muito bem feito e sua pixel art é toda no estilão 16 bits, e vários efeitos impressionantes, com um impressionante efeito que faz parecer que estamos em uma televisão de tubo. É um jogo carregado de referências à cultura pop da década de 1980, e só isso já vale a pena para conferir. Os controles são simples, mas a dificuldade é, como esperado, bastante alta. Este foi o jogo que menos joguei da lista, mas mesmo assim vale o seu download.



Sky Force

Este aqui é um shoot'em up naquele estilo bullet hell a exemplo de MUSHA e Truxton, apenas para citar alguns. Visuais lindos combinados com um bom controle fazem deste um dos melhores shooters disponíveis para download gratuito na PlayStore.

Simple Brick Breaker 

Mais um clone de Breakout cheio de powerups e variações de desafios. Os controles por toque funcionam muito bem, sendo essa uma alternativa muito boa para jogar Breakout.

FreeCell 

O divertidíssimo clássico dos tempos de Windows 95 e 98, querido pelo pessoal que viveu esta época. No formato portátil está melhor que nunca. 




Esses foram 16 jogos free e totalmente recomendáveis para quem curte jogos antigos e tem um celular Android, provando que é possível jogar e se divertir sem gastar muito. E vocês? Têm alguma boa sugestão de jogos gratuitos da Play Store?


domingo, 26 de março de 2017

Análise 53 - Rally-X [Arcade]


Após mais uma sequência de dias de trabalho, sigo com mais um post, dessa vez trazendo um jogo não tão conhecido que citei em uma outra postagem no início da vida do blog. Rally-X foi produzido pela Namco e lançado no mundo ocidental pela Midway em 1981. 



Nele controlamos um carrinho em um labirinto com visão aérea, aos moldes de Pac-man, devendo evitar os carros vermelhos que a todo momento tentam colidir com o veículo, além de evitar bater nas pedras. Ao sobreviver,  temos de pegar todas as bandeiras espalhadas pela pista antes que o tempo limite acabe. Parece bastante com Pac-man, mas Rally-X tem traços suficientes para se diferenciar do outro clássico da Namco dessa época. Sim, eu disse outro, e isso já entrega ao leitor a ideia de que este é um ótimo jogo.
 

Este foi um dos primeiros jogos a ter uma trilha sonora tocando ao fundo da jogatina, além de ter trazido a inovação do side scrolling. Assim não estamos restritos a uma única tela mas sim a um espaço maior que podemos explorar de forma dinâmica, sem as limitações e sem a burocracia de estar sempre trocando de tela. Dessa forma, o jogo simplesmente flui, trazendo dinamismo e adicionando suspense à jogada. Temos à disposição também um mapa da tela, que mostra nossa localização, as bandeiras e os inimigos. Contudo, ele não nos entrega o layout do labirinto nem o local das pedras a evitar, aumentando o desafio. Além de fugir dos outros carros, é possível despistar os perseguidores usando cortinas de fumaça liberadas pelo veículo. 


Os gráficos são simples e coloridos, cumprindo bem o papel de deixar bem claro o que são obstáculos e o que não é. Os sons são bem simples, avançados para a época mas bem primitivos se comparados à geração 8-bits. O jeito arcade desse jogo funciona muito bem para envolver o jogador, com partidas rápidas e extremamente divertidas, lembrando muito o clássico Pac-man, mas com suas próprias características. Os controles são ótimos,com excelente resposta. Caçar bandeiras é mais divertido do que parece a uma primeira vista. Rally-X é parte da evolução dos videogames em seus primórdios e vale a pena ser jogado. 


sexta-feira, 24 de março de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 13: Símbolos do Atari

M.A.D. consegue se destacar entre os clones.
Continuando com a interessante e reveladora Jornada Atari 2600, ainda estou jogando títulos de 1982. É impressionante o volume de lançamentos que o Atari 2600 teve neste ano, mesmo que muitos sejam clones de jogos mais famosos como Pac-man e Space Invaders. Fazer uma série de postagens assim tem um gosto de descoberta a cada jogo que conheço, é uma sensação muito satisfatória. Começamos então por M.A.D. É um jogo de tiro em que controlamos um canhão que deve eliminar ameaças aéreas, defendendo sua base. É uma mistura bastante agradável de coisas que deram certo em Space invaders e Missile Command. Recomendo conhecer! Marauder é meio parecido com Berzerk, mas com personagens bem menores na tela. É simpático apenas.

Daí fui para M*A*S*H, no qual você controla um helicóptero e deve resgatar mais pessoas que seu adversário. Me parece uma tentativa de adaptar o conceito de Fishing Derby da Activision. Sinceramente não vi muita graça aqui. Depois dessa decepção, veio Mega Force. Nele você controla um veículo híbrido que se transforma de uma moto para um avião e vice versa. É preciso atirar em discos voadores e mísseis que buscam destruir a cidade em meio ao deserto. Bons controles e gráficos mas com uma dificuldade frustrante. Uma pena, pois tinha tudo para ser um ótimo jogo.


Agora, vamos rapidamente aos clones desta edição. Megamania é outro shooter que quer ser Space Invaders mas não consegue. Bem chatinho. Miner 2049er II também tenta ser Donkey Kong mas sem sucesso. Uma movimentação tectônica de tão lenta inibe qualquer diversão que se possa ter aqui. Mouse Trap é um clone de Pac-man no qual controlamos um ratinho que deve escapar de 4 gatos na tela. Ao comer a pastilha ganhamos o poder de virar um cachorro bravo, igual no desenho de Tom e Jerry. Simples, mas bem legal. Em Polaris controlamos um submarino com a tarefa de eliminar ameaças aéreas. Poderia ser legal, mas é lento e repetitivo, não tem graça. É como Seaquest mas sem a diversão. 


Dispensa comentários
Eis que cheguei a um grande momento da Jornada: Pitfall! Eis aqui uma das obras primas do Atari 2600. Confiram minha análise sobre ele aqui. Não há muito o que discutir, Pitfall é incrível e continua divertido e viciante até hoje. Sempre é uma boa hora para jogar Pitfall!. Esse jogo resiste ao teste do tempo e é um dos grandes momentos de 1982, junto com um outro jogo mais ou menos famoso que será citado ao final da edição...












Depois desse excelente momento da Jornada, Reactor não me caiu bem, suas cores piscando loucamente me deram um pouco de dor de cabeça e acredito que pode dar ataque epiléptico em pessoas com tendências a convulsão. Riddle of the Sphinx é um shooter vertical no qual controlamos um carinha atirando sei lá o que em escorpiões e múmias pelo deserto. Talvez seja o Édipo... É original e bonito de se ver mas é muito lento, deixando a coisa toda um tanto sem sal. Seguindo para Room of Doom, temos um shooter - sem nenhuma relação com a franquia DOOM - em tela fixa. Mais um jogo lento demais e sem graça. 
         
Após uma dose de jogos lentos, chegamos ao outro grande momento e 1982 no Atari 2600: River Raid. Trata-se de um shooter de progressão vertical estilo Galaga e Xevious, muito bem feito, por sinal. Cheguei a publicar uma análise aqui no blog no ano passado. É aquela obra prima que todos conhecem e provavelmente o maior símbolo do Atari 2600. River Raid merece todos os elogios que recebe. Na minha opinião, é um jogo obrigatório para qualquer um em qualquer idade e época. Até aqui é meu jogo favorito no Atari 2600, terminando a Edição 13 desta Jornada de forma triunfal.

Destaques: M.A.D., Pitfall!, River Raid.
Piores momentos: M*A*S*H, Reactor, Room of Doom.


quarta-feira, 22 de março de 2017

Retrospectiva 04: Álbuns de Heavy Metal dos Anos 1980 que Você Precisa Conhecer

Neste post estou abordando um assunto amplo e complexo: Heavy Metal oitentista. Como há muitas bandas dessa época dos mais diferentes estilos, é difícil elaborar uma lista de discos "obrigatórios" dessa época. Muitos discos clássicos fatalmente ficarão de fora e que poderiam facilmente figurar nesta lista. Para elaborá-la eu bolei algumas regras e limitações:

1 - Apenas um álbum por banda, senão ficaria muito repetitivo e redundante. Aqui não estão os melhores discos de cada banda, mas sim aqueles que eu acredito resumirem melhor em um único trabalho o estilo da banda.

2 - Escolhi álbuns notoriamente famosos e que ajudaram a consolidar o estilo. Aqui estão reunidos discos que podem ser um ótimo ponto de entrada para quem não conhece o estilo.

3 - Estou ciente de que bandas como Metal Church, Accept, Savatage e Exodus (e mais um monte delas) ficaram de fora. Mas como eu disse antes, não é o objetivo listar todos os álbuns que merecem ser lembrados em um só post. 

4 - Por fim, cito apenas bandas que constam no site metal archives. Portanto, nada de Led Zeppelin ou Queen, por mais que eu goste dessas bandas e por mais que elas tenham influenciado bandas de metal.

Judas Priest - British Steel
Começando este post com um dos símbolos do metal oitentista, British Steel é o sexto álbum de estúdio da já consagrada banda da época, Judas Priest. É lembrado até hoje como um dos melhores da banda - em minha opinião emparelhado com Screaming for Vengeance e Painkiller - e traz alguns dos melhores clássicos do estilo, como a antológica Breaking the Law. Disco veloz e furioso, empolga qualquer jogatina.



Iron Maiden - Piece of Mind
Historicamente, a banda mais importante do movimento New Wave of British Heavy Metal, que renovou a cena metaleira da década de de 1980. Iron Maiden lançou só na década de 1980 nada menos que sete álbuns que poderiam facilmente figurar nessa lista. Nesta retrospectiva, vamos lembrar de Piece of Mind, um dos grandes momentos do auge dessa banda. Clássicos como Flight of Icarus, Revelations e The Trooper definem esta obra, que é polida ao extremo do início ao final. Comece com a faixa Where Eagles Dare e veja o tempo se diluir antes que você perceba os últimos acordes da música To Tame a Land. Este álbum representa muito bem uma das melhores bandas do estilo.


Megadeth - Peace Sells... But Who's Buying?
Este é um dos mais intensos álbuns do Thrash Metal, levando o estilo a um maior peso e agressividade. Cortesia de toda a fúria de Dave Mustaine, importante personagem na formação do Metallica e na fundação deste subgênero do metal. Com riffs rápidos e marcantes e ótimas letras - principalmente na faixa título - Peace Sells alçou o Megadeth a um novo patamar, mostrando ao mundo um pouco do que essa banda se tornaria.



Metallica - Ride the Lightning
Não vou entrar no mérito de discutir qual é o melhor álbum do Metallica no anos 80, mas o fato é que Ride the Lightning é o trabalho que melhor representa a banda nesse período. Um pouco menos frenético que o álbum de estreia Kill them All, RtL apresenta marcadas influências do metal britânico de bandas como Iron Maiden. Aqui as músicas estão mais longas e com maior atenção às linhas instrumentais e a ambientação das músicas. Desde Fight Fire With Fire até a climática e soturna Call of Chtulu, esse incrível petardo é altamente recomendado, um clássico.


Anthrax - Among the Living
Lançado em 1987, alterna momentos soturnos com muito peso e marcadas influências do Punk - em minha humilde opinião, os melhores traços possíveis desse estilo. Destaque para a furiosa faixa Caught in a Mosh, minha favorita da banda. Tente não balançar a cabeça ao ouvir... Bom para embalar as jogadas em shooters e em reuniões multiplayer com campeonatinhos e afins.


Slayer - Reign in Blood

Em 1984 os então novatos do Slayer levam a um novo patamar o peso e velocidade do thrash metal, com riffs agressivos, raivosos porém inesquecíveis, com maior destaque para Angel of Death e Raining Blood. Considero este um disco inesquecível para o thrash metal, sendo uma espécie de apoteose do estilo.

Dio - Holy Diver 
Primeiro disco do lendário vocalista Dio, em 1983 mostrou ao mundo que o ex-frontman do Rainbow e do Black Sabbath era capaz de compor um trabalho solo de primeiríssima linha. Heavy Metal tradicional aos moldes de Judas Priest e Iron Maiden, tem clássicos como Rainbow in the Dark, Holy Diver e Caught in the Middle, com excelentes letras e instrumental exemplar com maior destaque para o guitarrista Vivian Campbell - na época com apenas 18 anos. Isso sem contar os vocais de Dio. Um clássico do metal oitentista que merece ser sempre lembrado.  
 
Ozzy Osbourne - Blizzard of Ozz
Não dá para esquecer do Ozzy em uma lista dessas. Blizzard of Ozz é seu primeiro álbum solo após sair do Sabbath e conta com com clássicos como I Don't Know, Crazy Train, Goodbye to Romance, Mr. Crowley - e para falar a verdade, todo o resto do álbum. Cada composição foi extremamente bem gravada, com um trabalho de guitarras impecável e impressionante até hoje -cortesia de Randy Rhoads.



Def Leppard - Pyromania
Uma maneira simplória de descrever o Def Leppard para quem não conhece, seria como uma espécie de AC/DC com uma dose considerável e peso a mais e voltado para um estilo mais melódico - ao menos neste marcante álbum que imortalizaria temas como Rock Rock (Till You Drop), Rock of Ages e Too Late for Love.

Scorpions - Love at First Sting
Um disco com as múscias Rock You Like a Hurricane e Still Loving You já deveria ser considerado um clássico instantâneo e permanente, mas para Klaus Meine, Rudolf Shenker e companhia isto não seria o suficiente - até porque trata-se do Scorpions em 1984. E esta é uma banda de heavy Metal capaz de cativar mesmo quem não é adepto do estilo, sendo muito bem aceita como uma importante banda no Rock como um todo. As guitarras, o baixo, as baterias, os backing vocals e a marcante voz de Klaus Meine nos levam por faixas pesadas e inesquecíveis, culminando na inesquecível Still Loving You. Sempre é um bom momento para ouvir Scorpions, e jogando videogame não foge a isto. 



Acredito que esse tipo de lista sempre será questionável e discutível. Mas é um prazer ouvir esses álbuns para tecer opiniões a respeito, mexendo com a memória e a nostalgia. Se você discorda ou tem algum outro álbum que caberia em uma lista dessas - creio que estes não faltam - responda nos comentários! Ficarei muito feliz se alguém indicar algo dessa época que não ouvi ainda. A conclusão maior que pude tirar ao escrever este texto é que o Heavy Metal oitentista e os videogames combinam maravilhosamente bem.



Jornada Atari 2600 Edição 12: Os Clones Contra-Atacam

Continuando com mais um capítulo da Jornada Atari 2600 na qual eu narro minhas peripécias depois de resolver jogar todos os jogos deste console tão importante historicamente. Estou conhecendo muitos jogos estilo arcade e me divertindo muito, mas é inegável que oque não falta neste console são CLONES, o que deixa as coisas um tanto repetitivas. Vou tentar não falar tanto sobre o que já falei em outros posts, então para os clones vou focar mais nos diferenciais e se não houver, não me demorarei muito sobre cada um. Vamos lá então.
 
Comecei essa semana por Gopher, que é um jogo estilo time management, no qual você controla um fazendeiro que deve proteger as cenouras da horta dos ataques de uns bichos bem esquisitos - provavelmente coelhos de Chernobyl - usando a pá para obstruir os túneis que eles cavam. Bastante monótono e frustrante ao mesmo tempo, porque os roedores radioativos são MUITO mais rápidos que o pobre agricultor. Depois disso, fui para Gorf, que é um dos clones mais descarados de Space Invaders que vi até hoje. Igual em quase tudo, por isso chega a ser bem divertido, apesar de ser cópia. Porém mesmo sendo uma cópia bem feita, e mesmo com uma interessante variedade de inimigos e padrões, o original ainda é mais divertido. Não bastasse Gorf, temos ainda o título Guardian, que é mais um clone do Space Invaders mas sem a diversão do anterior. Infiltrate é um jogo de ação em tela fixa no qual pegamos elevadores e atiramos em inimigos que parecem os fantasmas de Pac-man com pernas. Algumas falhas, como não poder atirar de cima dos elevadores, tiram um pouco da graça deste jogo, mas mesmo assim é possível se divertir razoavelmente. Um jogo médio com bons momentos, além de gráficos bonitos.


International Soccer é um futiba com bons gráficos e movimentação considerando o console, e só pode ser jogado em dois jogadores, mas não diverte como Pelé's Soccer que ainda continua sendo o melhor jogo de futebol do Atari 2600. Jawbreaker é mais um clone de Pac-man, mas com uma abordagem mais horizontal. O jogo é rápido, flui bem. Muito melhor que o Pac-man de Atari 2600. Journey Escape é um jogo com a licença da banda Journey, mas não faz o menor sentido. Em minha opinião, um péssimo uso do nome da banda.

Karate é um jogo de luta um contra um, sem nenhuma graça, além de visuais horrendos. Killer Satellites é um shooter lateral com scroll aos moldes de Defender. Nele você precisa destruir mísseis e bombas que estão sendo lançados sobre uma cidade. Os controles são excelentes e os gráficos acima de média no Atari 2600. Tem ainda um mapa no topo da tela para se orientar, além de um desafio crescente. Uma boa surpresa, até supera o Defender em alguns aspectos. King Kong é um clone de Donkey Kong, mas com uma movimentação lenta a ritmo glacial por parte do bonequinho... Em contrapartida as bombas lançadas pelo King Kong - afinal ele carrega explosivos - são super rápidas, tornando o jogo frustrante. Lochjaw é um interessante clone de Pac-man, no qual você controla um mergulhador embaixo da água e deve escapar de um tubarão. Simpático. Mas é um clone...



Lock 'n' Chase a princípio me pareceu um outro (!!!) clone de Pac-man. Mas jogando alguns minutos é fácil encontrar um bom jogo. Nele você controla um ladrão de joias e deve ir coletando as coisas pelo caminho sem ser pego pelos guardas. Até aqui é basicamente igual a Pac-man, mas há uma diferença crucial: é possível fechar portas no caminho ao passar, impedindo que os guardas te peguem. É possível ter até duas portas fechadas ao mesmo tempo, o que pode ter ajudar a escapar ou pode te prender, atrapalhando ao invés de ajudar. Isso gera a necessidade de traçar estratégias e pensar rápido para escapar, adicionando tensão e por consequência, o jogo fica bastante divertido. Os gráficos são básicos mas funcionam muito bem e o jogo é ágil e com um controle super responsivo. O jogo ficou bem feito e com personalidade própria, mostrando como uma fórmula  consagrada pode ser reinventada. Gostei bastante deste aqui.

Lock n' Chase é bem mais que um clone de Pac-man,
é um excelente jogo.

Destaques: Killer Satellites, Lock n' Chase.
Piores momentos: Gopher, Guardian, Journey Escape, Karate, King Kong.



 

sábado, 18 de março de 2017

Análise 52 - Marble Madness [Arcade]

  Após postagens esparsas nestas últimas semanas - até aqui neste mês de março, apenas uma análise e uma edição da Jornada Atari 2600 - volto a buscar uma maior regularidade em postagens. Meu primeiro contato com Marble Madness foi em uma das edições da excelente revista Old!Gamer da editora Europa, na qual mostrava uma propaganda retrô do Marble Madness. Achei bastante curiosa aquela imagem de uma bola de gude em um cenário cheio de rampas, desníveis e obstáculos, e de fato eu não sabia que existiam jogos antigos assim. Achava que isto era uma espécie de invenção moderna em aparelhos com giroscópio - como smartphones e o Nintendo Wii. Aquela imagem ficou gravada em minha memória. Com o tempo, eu inventei de começar a fazer análises de jogos, e a princípio eu faria apenas começando pelo Nintendinho. Mas aí eu acabei fazendo aquela análise sobre Defender dos fliperamas e resolvi que seguiria mai ou menos uma ordem de evolução dos jogos, a tal ponto que falei até sobre Pong nessas linhas. Ultimamente o Midway Arcade Treasures não sai do meu PS2, que por sua vez não sai da sala. Quando tenho algum raro tempo livre vou lá para checar os clássicos do fliperama de antigamente. Em uma dessas fuçadas, deparei com este excelente jogo, o qual resolvi compartilhar com quem quer que esteja lendo.

O bonito gabinete de Marble Madness




Marble Madness foi projetado por Mark Cerny - nome de peso na indústria dos videogames com um currículo impressionante, notório por ser o arquiteto chefe do desenvolvimento do PlayStation 4, entre outros feitos - e publicado pela Atari, que o lançou para os fliperamas em 1984. Trata-se de um jogo de plataforma com visão isométrica (aos moldes de Zaxxon, por exemplo) no qual controlamos uma bola de gude até uma linha de chegada. O jogador controla a bolinha por meio de uma trackball na versão original (mas nesta análise usei a alavanca do Dual Shock 2 sem nenhum problema), navegando por seis fases cheias de obstáculos, atalhos e inimigos. Existe um tempo limite para cada fase, portanto é fundamental memorizar os obstáculos de cada fase.



O visual isométrico passa uma ótima impressão de perspectiva, com um efeito pseudo 3D que funciona muito bem. Trata-se de um jogo muito bem feito, porque nunca o jogador vai confundir a distância que deve percorrer. A movimentação dos inimigos e a física da bolinha em movimento são cheios de detalhes e nuances, simulando o comportamento de uma bolinha de gude real. Ou seja, se tentar cortar caminho pulando uma rampa pela lateral, a bolinha vai estourar em pedaços ao chegar no chão. Ao trombar com inimigos, a trajetória vai mudar, e se estiver indo muito rápido, será mais difícil fazer as curvas. A física do jogo é exemplar e chega a ser chocante o fato de ter saído em 1984. Os percursos além dos inimigos, têm engenhocas que podem ajudar ou atrapalhar a bolinha. O cenário em si é um show à parte, pois tem um estilo baseado nas pinturas de Maurits Cornelis Escher, o qual já citei aqui ao falar de Sindbad Mystery do SG-1000. Esse estilo contrinui para impressionar o jogador, fazendo você coçar a cabeça quando acontecer de a bolinha descer uma rampa e estar um nível acima de onde estava. Duvida? Tente olhar atentamente para as pilastras do quadro ao lado, e diga se não é impressionante.




O som ambiente é de muita qualidade. A primeira fase tem uma música calma, a segunda já tem um estilo mais aventureiro, e a terceira começa a apresentar notas dissonantes e até acordes diminutos, gerando um clima obscuro. É também um dos primeiros jogos a usar som stereo de verdade. Não bastassem os visuais e os sons criarem uma ambientação soturna, os controles da bolinha obedecem a lei da inércia, o que significa que se você estiver pressionado pelo tempo limite da fase, um caminho sem parapeitos - que é muito comum no jogo - vai haver suspense, dada a alta possibilidade de queda. O jogo pressiona quem se atreve a conhecer as loucuras de uma bola de gude como sugere o título, e o tempo todo você estará atento e completamente envolvido. Excelente ponto positivo para este título. A premissa de Marble Madness parece básica a princípio mas esconde um level design maravilhoso e uma impressionante ambientação. Até hoje não joguei nada parecido com Marble Madness, que tem todos os elementos de um clássico: divertido, envolvente e inesquecível.


sexta-feira, 17 de março de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 11: O Ataque dos Clones em 1982

Fazer uma série de textos sobre todos os jogos de um console é uma tarefa difícil, como aprendi agora que resolvi fazer minha própria Jornada Atari 2600. Quando você precisa resolver uma série de coisas e o trabalho acaba exigindo um pouco mais, normalmente no tempo livre você quer descansar.  Por isso o blog perdeu um pouco seu ritmo de publicações, mas está vivo e saudável. Os posts reduziram o ritmo, mas os rascunhos e as ideias estão aguardando uma maior calmaria para serem publicados. Isso posto, continuamos com a  Jornada. Ainda estamos em 1982 e ainda há vários lançamentos deste ano para jogar.


Earth Dies Sreaming surpeendeu.

Sem maiores, rodeios, vamos para Earth Dies Screaming, um shooter espacial em primeira pessoa que funciona. A movimentação é um pouco lenta mas os gráficos são lindos para o Atari 2600, coisa fina mesmo. A paleta de cores é muito bem usada e a navegação pela superfície do planeta faz parecer que estamos orbitando o astro de fato. A movimentação é fluida em um pseudo 3D que funciona muito bem. Estou positivamente surpreso com EDS, e mais ainda lembrando que este console não tem uma memória própria. Da surpresa, fui para a decepção com Eggomania, que é um clone de Kaboom da Activision. Nele precisamos evitar que os ovos botados por uma galinha caiam no chão. Incrivelmente chato, bugado e sem uma característica que o defina, é como se pegassem o Kaboom - que já jogamos antes nesta jornada - e apenas mudassem o tema e tirassem toda a diversão. Não vale a jogada.

Encounter at L-5 é mais um clone de Space Invaders.


Os clones continuam a atacar em Encounter at L-5, desta vez chupinhando bebendo da fonte de Space Invaders (sim, mais um!). As naves inimigas se aproximam com uma velocidade absurda e atirando ainda por cima. Não é um jogo desafiante, mas sim frustrante e pelos piores motivos possíveis. Mais um jogo que não passa diversão a quem joga. Após me recuperar desses dois últimos, cheguei a Entombed. Este sim é original! Aqui nosso personagem, controlado em uma visão aérea deve sobreviver a um labirinto. Lembra um pouco Adventure à primeira vista, mas logo Entombed se mostra um teste de reflexos e decisões, pois o labirinto vai se deslocando e se o hominho ficar preso, game over. Vale muito a pena.


Entombed é simpático.


Repare na interessante escolha
de cores em Fantastic Voyage
Fantastic Voyage é um shooter vertical com scroll, no qual controlamos uma espécie de nave que percorre por um terreno semelhante a uma pista, com obstáculos pelo caminho e é possível progredir sem explodir inimigos. Porém o jogo valoriza pela pontuação quem acertar mais tiros. Belas cores e uma movimentação interessante dão o ritmo de um bom shooter no Atari, jogo simpático. Fast Eddie é um jogo de plataforma aos modos de Donkey Kong, mas com um controle bem travado e sem muito objetivo. Basicamente você fica na mesma tela coletando corações e desviando dos inimigos, e é frustrante, com uma péssima movimentação...  ZzzZZzzz...




Fast Food é mais uma bizarrice
sem graça no Atari
Estava demorando, mas veio aqui mais uma bizarrice do Atari 2600 na forma do título Fast Food, no qual você controla uma boca que abre e fecha, devendo pegar alimentos antes que eles saiam da tela. Mais um jogo absurdamente surreal mas sem nenhuma diversão neste console. Final Approach é uma bagunça, não vale a pena. Fireball é um clone de Breakout bem estranho, mas sem a diversão e bons desafios do original. Depois, fui para Fire Fighter - mais um jogo baseado em profissões - no qual controlamos um bombeiro combatendo incêndios em prédios. É original, mas é mais um jogo sem brilho desta safra. Frogs and Flies é horrendo. Você "controla" um sapo que deve comer moscas, sem nenhuma graça. Passem longe. Deu para ver porque esse texto demorou de sair, não?


Para terminar em uma nota mais alegre, pude jogar Frogger, que se mostrou uma ótima conversão dos fliperamas, considerando a época de lançamento. Os controles e os elementos de gameplay que fizeram o sucesso do Frogger original estão todos aqui, e embora os gráficos sejam bem inferiores, Frogger está em excelente forma no Atari. Vamos ver o que os próximos episódios vão trazer, ainda em 1982.



Destaques: Earth Dies Screaming, Entombed, Frogger.
Piores momentos: Eggomania, Encounter At L-5, Fast Eddie, Fireball.