domingo, 19 de fevereiro de 2017

Análise 50 - Root Beer Tapper [Arcade]


Hoje vou falar de um jogo completamente fora da curva e diferente do normal, que eu só conheci graças à fantástica coletânea Midway Arcade Treasures no PS2 - que, aliás, é um disco fantástico para quem gosta de jogos antigos e arcades. Como podem ver pelo blog recentemente, tenho tido dificuldades em parar de jogar esse título. Mas afinal o que Root Beer Tapper tem de especial? Nele, fazemos o papel de um garçom de bar que deve servir cerveja a seus clientes o mais rápido possível, acumulando pontos e gorjetas. Confesso que me aproximei desse jogo sem expectativas, só para ver do que se tratava, por curiosidade mesmo. Para minha surpresa e alegria, RBT é um jogaço.

O lindo gabinete de RBT




Lançado em 1983 pela Bally Midway para os fliperamas, foi também portado para uma série de sistemas, como o Atari 2600 e o Colecovision, em alguns lugares com o nome de simplesmente Tapper. Mas hoje vamos ver mesmo sobre o original de arcade. Os gráficos são típicos da era 8 bits, no início da era nintendinho: sem muitos detalhes gráficos, mas muito colorido, animado e com personagens caricatos como em desenhos animados antigos. As animações e todo o "feeling" do jogo passam muito bem aquela sensação de cartoon da primeira metade do século XX da melhor forma possível. Os clientes são bravos e se aproximam rapidamente do local em que estamos trabalhando. 










O barman quando se move deixa aquele rastro de vento/poeira típico de um desenho do Popeye quando algum personagem sai em disparada, e a raiva dos clientes esperando por uma gelada é impagável. Os sons são absurdamente simpáticos e passam todo aquele clima descontraído de animação, complementando bem a violência cômica típica daqueles velhos desenhos animados. A trilha sonora não enjoa, e às vezes quando pegamos uma gorjeta no balcão, começa uma música de can can e várias dançarinas aparecem ao fundo, distraindo e "congelando" alguns bebedores clientes. Isso ocorre quando servimos vários clientes em sequência e como bônus um deles deixa um troco a mais no balcão, porém devemos correr para pegar antes que o dinheiro bônus desapareça. Qua coisa, não?

Pegue a gorjeta antes que suma!
Fases bônus trazem diversidade a um já fantástico jogo.
Toda essa ação ocorre com um direcional que controla a posição do garçom, trocando entre quatro linhas verticalmente, pelas quais os clientes avançam. Apertando o direcional para os lados, corremos em direção de onde vêm os clientes para pegar as gorjetas e os copos vazios de cerveja que os beberrões lançam em nossa direção. Aliás, essas canecas vazias são fundamentais, pois se deixarmos uma só cair no chão, perdemos uma vida. Outra maneira de morrer é deixar que um dos fregueses alcance a torneira de cerveja, pois eles simplesmente vão agarrar o pobre garçom e lançá-lo balcão abaixo, como se fosse uma caneca vazia de suco de cevada. Extremo, né? A cada onda de clientes vencidos avançamos uma fase, e a cada fase vencida, o carinha comemora de um jeito diferente.

O interessante controle da máquina original: Simulador de Bartender mesmo!

Os controles e o ritmo frenético com que os pinguços avançam criam uma adrenalina sensacional, complementando muito bem todo o estilo do jogo. Tem ainda umas fases bônus para aumentar a pontuação. Root Beer Tapper é surpreendentemente divertido e envolvente, é difícil parar de jogar. Tive mais dificuldade em parar esse jogo do que em parar de jogar Ms Pac-man, e isso é muita coisa. Até aqui foi o melhor jogo da Midway que analisei nesse blog, fechando muito bem a marca de 50 análises. Estou muito satisfeito por ter conhecido RBT, e completamente viciado. Olha que eu nem gosto de cerveja, mas Root Beer Tapper é imperdível.



sábado, 18 de fevereiro de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 10: Entre Tiros, Comunistas do Espaço e Tesouros

Firmes e fortes, as postagens da série Jornada Atari 2600 têm desbravado a biblioteca deste console tão popular e importante para os videogames. A empreitada de jogar todos os jogos do velho Atari, apesar de ter momentos ultra bizarros - como veremos a seguir - está se saindo muito mais divertida do que eu esperava... Ainda estamos em 1982, e há muitos jogos desse ano ainda por serem desbravados. Logo na sequência da lista começou a bizarrice. Cathouse Blues é mais um jogo pornográfico... Sério, eu queria entender qual a graça desses jogos, o que os caras estavam pensando quando se deram ao trabalho de programar essas coisas? Enfim... Challenge of Nexar veio em seguida, um shooter espacial (que novidade!) com um estilo que lembra um pouco Tempest, mas em primeira pessoa. É cheio de cores piscantes que podem induzir a uma crise convulsiva, porém lento e frustrante não pelo desafio, mas por ser travadão mesmo.

Chopper Command você controla um helicóptero em um shooter com scroll lateral estilo Scramble, devendo proteger comboios de caminhões das tropas aéreas inimigas. Jogo extremamente caprichado e divertido, tem até um inovador - para a época - mapa na parte de baixo da tela, mostrando sua localização e a dos inimigos. Simplesmente sensacional, um dos melhores que tive o prazer de jogar nesta Jornada Atari 2600.




Coconuts é um joguinho beeeem sem graça no qual desviamos de côcos jogados por um macaco. Ele fica difícil rapidamente, mas enjoa absurdamente rápido. O mérito dele é que visualmente é muito bonito para um jogo de Atari 2600, fiquei até surpreso quando joguei. Fora isto, não é muito mais o que comentar sobre ele. Commando Raid é um clone de Space Invaders - para variar - no qual também controlamos um canhão e devemos impedir que soldados paraquedistas cheguem ao canhão. Divertida variação de uma proposta de jogo usada à exaustão nessa época, vale a pena conferir apesar do clichê.

No alto da tela, Marx produz perigosos comunistas em massa
Communist Mutants from Space é mais um clone dos invasores espaciais (!!!!!) mas muito mais rápido, e com esse título, é um forte concorrente a jogo do ano - ou pelo menos um dos top 10 da década de 1980. Afinal, poucas coisas podem ser melhores do que explodir comunistas mutantes espaciais no estilo Space Invaders. Por mais bizarro que pareça, esse joguinho me cativou muito, recomendo fortemente.







Jogo do ano, sem dúvida.

Depois de me obrigar a parar de jogar esse sensacional clone de Space Invaders, fui para o Cosmic Ark, que é de longe um dos jogos mais surreais que já vi, até para os padrões do Atari 2600. Nele, você controla uma enorme nave, a "arca cósmica", e deve protegê-la de asteroides em uma sessão de teste de reflexos para seus tiros. Depois disso, é preciso invadir um planeta e realizar abduções alienígenas, porém rapidamente antes que meteoros atinjam a arca. A trama não é menos doida, e é tão viajada que resolvi transcrever aqui o manual. E no meio dessa doideira há um jogo bastante divertido, mais um que vale a pena conhecer e se surpreender.  

No manual temos uma boa justificativa  para
realizar abduções alienígenas em Cosmic Ark
Cosmic Creeps é um jogo de tiro meio diferentão, em que usamos uma nave para atirar bombas em alienígenas antes que eles alcancem a nave. Os tiros são lentos, mas é divertido tentar sacar o ritmo certo para atirar. Porém acho que ele podia ser um pouco mais difícil. Mantendo a pegada cósmica, fui para Cosmic Swarm, que é um clone de Centipede, mas que na minha opinião ficou lento demais e perdeu a diversão do estilo original. Crypts of Chaos talvez seja rústico demais para meu gosto, é uma espécie de Dungeon Crawler, lembrando Wizardry, mas sem traços de RPG. Não curti. Cubicolor é um puzzle bem envolvente que me segurou um bom tempo. É preciso combinar as cores do cubo de acordo com o que o jogo mostra.

Dancing Plate tem uma proposta fora do convencional: controlamos uma mocinha que deve manter os pratos girando sobre estacas. Parece meio tosco, mas é um jogo difícil e fica frenético bem rápido. É simples, divertido e simpático, como esperamos dos jogos de Atari 2600. Não vou me estender muito sobre Deadly Duck, que é mais um clone de Space Invaders, porém no qual você controla um pato que deve atirar cuspe em insetos. Esquisitão, mas divertido. Olha, vou ser bem sincero. Quem gostava de Space Invaders estava com sorte em 1982, porque a quantidade de jogos que usam esse estilo em diversas variações impressiona. O que nos leva a Demon Attack, que é mais um shooter, porém traz vários detalhes próprios que ajudam a evoluir os jogos de tiro no Atari. Nele, atiramos em gárgulas/demônios/monstros/coisas com movimentos rápidos e padrões de posição bem diferentes e mais difíceis de prever que os outros jogos de tiro da época. Se você gosta de Galaga, Centipede e companhia, jogue ainda hoje. Demon Attack é um dos jogos que mais gostei no Atari 2600.

Donkey Kong é bem inferior ao original de Arcade mas ainda assim é surpreendente no Atari. Apesar das perdas óbvias, ver esse jogo funcionar no 2600 é muito legal. Eu gostei. Lembrança de um tempo inimaginável hoje em dia, com a Nintendo lançando seus jogos para outros consoles. Dragonfire é mais uma pérola desta edição: nele, você controla um rapaz que deve recuperar tesouros guardados por dragões. A ação alterna entre visão lateral - nos momentos de desviar das chamas lançadas pelo dragão sobre uma ponte, e visão aérea - na hora de roubar os tesouros. É um jogo absurdamente divertido e ainda não vi nada parecido no Atari 2600. Gostei muito deste aqui.
Surpresa total no 2600, Dragonstomper não faz feio.
Dragonstomper é - vejam vocês - um RPG! Um RPG no Atari, e para minha surpresa é até que divertido. Ele tenta seguir o estilão de Ultima, e apesar das limitações do console, o jogo surpreende.  Essa edição foi provavelmente a maior desde o início da Jornada, e tem sido gratificante e surpreendente conhecer o sistema que basicamente iniciou os videogames caseiros. A qualidade dos jogos subiu, e apesar de alguns pontos polêmicos e de uma certa repetição de estilos, O Atari 2600 realmente tem muito a oferecer em termos de diversão.          






Destaques: Communist Mutants from Space, Commando Raid, Chopper Command, Cosmic Ark, Demon Attack, Donkey Kong, Dragonfire, Dragonstomper.
Piores momentos: Cathouse Blues, Challenge of Nexar, Crypts of Chaos.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Análise 49 - Spy Hunter [Arcade]


Mais uma semana no trabalho vai se passando e mais uma análise publicada aqui neste blog de que tanto gosto. Hoje vamos ler um pouco sobre Spy Hunter, que é um jogo de combate veicular com visão aérea lançado para os fliperamas pela incrível Midway em 1983. O jogo, que era para ser sobre os filmes de James Bond, acabou sendo somente inspirado por essas obras devido à falta de propriedade sobre a licença deles. Em Spy Hunter nós dirigimos por estradas no ultra tecnológico carro "G-6155 Interceptor" ao mesmo tempo destruindo vários veículos inimigos usando uma série de armas diferentes. É um jogo a princípio muito parecido com os jogos de naves com scroll vertical à-la Galaga. Porém ao iniciar a jogatina esta impressão muda completamente, pois Spy Hunter é bem diferentão...


De todos os gabinetes que já mostrei aqui, este é o que achei mais bonito e chamativo, disparado.


Spy Hunter e seu esquema de controle único.
O visual é bonito para o ano de 1983, estando uma geração a frente de seus pares em termos de detalhes e cores. A ação ocorre em uma ótima velocidade, com efeitos de explosões interessantes e sem nenhum sinal de lentidão mesmo com a tela cheia. A música do jogo é toda tensa, com aquele estilo de "espião letal" cheio de suspense, como nos filmes do 007. Os controles consistem em acelerar e guiar o carro, variando entre duas marchas possíveis e cada uma das várias armas disponíveis. Com esses recursos, devemos destruir alvos específicos que são mostrados na tela de abertura. Ao destruir veículos de civis o jogador é penalizado perdendo pontos. Pontos são adquiridos destruindo veículos inimigos ou jogando-os para fora da pista enquanto o carro sobrevive na pista. Conforme avançamos a estrada muda e surgem novas condições climáticas, com detalhes muito interessantes.

Os inimigos são implacáveis na tentativa de explodir o carro
Há uma diversidade surpreendente nas opções de armas, variando de poças de óleo, cortinas de fumaça e até mísseis, que podem ser recarregadas ao entrar na "van das armas" que pode ser acionada com um botão específico para isso. É possível também o carro se modificar em um barco por curtos períodos ao dirigir para dentro de uma casa de barcos - que raramente surge. A estrada do jogo é infinita e o jogo em si não tem um final. 









 


Joguei a versão presente no Midway Arcade Treasures, que eu tenho usado bastante nesse blog. Embora seja um jogo muito divertido, eu sentia que algo importante faltava, e ao pesquisar para esta postagem, ficou bem claro: a falta dos controles originais do arcade. Os controles de Spy Hunter foram bolados para passar aquele clima de estar dirigindo um carro com metralhadoras atrás de espiões, e apesar de o jogo ser divertido mesmo com o controles de PS2, fico pensando o "estrago" que o gabinete original desse jogo causou no lançamento lá em 1983... O caçador de espiões inaugurou muito bem o estilo de combate veicular popularizado por tantos outros títulos que vieram anos após, como Twisted Metal e Vigilante 8 só para citar alguns. Spy Hunter é um jogo extremamente recomendável desta época, um verdadeiro clássico, que vale a pena ser jogado.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 09: 1982 no Atari ainda vai longe.

Mais uma edição desta infame, divertida e reveladora Jornada Atari 2600, sem mostras de sairmos do ano de 1982 por umas boas edições. Mas não temos pressa, certo? Então procure um álbum de época para fazer as vezes da trilha sonora dos jogos, mas procure um bom, no naipe de Heaven and Hell do Black Sabbath... E inspirado por tais acordes e grooves, comecei essa edição da jornada com uma discreta mudança: ao final da postagem eu elejo os melhores e os piores momentos da edição. E com isto, comecei Adventures of Tron. É um jogo de plataforma em tela fixa que lembra um pouco (bem pouco) Lode Runner mas sem nenhuma substância... Com frequência os saltos não saem corretamente e não há motivação para seguir na jogatina. E por falar em desmotivação, não consegui até agora entender qual é a de Air Lock.




Air Raiders é um simulador de vôo, vejam vocês! Mais uma vez o Atari 2600 me surpreende com um jogo acima da média. A ação ocorre em primeira pessoa, com visão do cockpit. Os controles são bons e a sensação de estar no avião é passada de forma competente, por increça que parível em um jogo do Atari em 1982. Mesmo cru e espartano, ele cumpre bem a proposta, me diverti com ele.

Air Raiders foi a grande surpresa da vez


O clone de Pac-man que é
melhor que Pac-man. Só
mesmo no atari 2600...
Depois da boa surpresa pilotando um caça, fui para Alien sem saber ao certo o que encontraria. é um clone de Pac-man mas com tema do filme clássico de Riddley Scott. Muito melhor que a versão de Pac-man de 2600, recomendo fortemente, principalmente para quem foi seco jogar com o comedor de pastilhas e se decepcionou. Após uns labirintos fugindo de aliens, passei por Amidar, que, pelo que entendi jogando, o objetivo é formar linhas pelo chão e fechar quadrados no cenário todo enquanto foge de píxeis hostis. Joguinho simpático. Armor Ambush é um jogo estilo Combat, para multiplayer, nada muito memorável, e já parece meio defasado em relação aos jogos de 1982. Mas não é exatamente uma bomba... Apenas um jogo esquecível.



Astroblast é um clone de Space Invaders, mas com a diferença de que é preciso destruir coisas que lembram asteróides caindo na terra. Tem um sistema de pontuação interessante, mas é rápido demais e frustrante. Alguns ajustes teriam feito deste um bom jogo, mas não ocorreu isto aqui.
Não consegui encontrar diferença nenhuma entre Atlantis e Atlantis II. Mas são extremamente divertidos e viciantes, como se espera dos jogos da Activision.








E foi daí que começaram a aparecer umas coisas assustadoras. Bachelor Party é um daqueles exemplos comuns no Atari 2600 em que os desenvolvedores fumaram alguma coisa estragada... É um clone de Breakout com temas pornográficos. Bizarro ao extremo e constrangedor, não recomendo. Depois da putaria bizarra e alternativa experiência, conheci o famoso Barnstorming, que é um jogo muito bonito no qual devemos passar um avião por dentro de celeiros. Os controles são bons e o jogo usa muito bem as cores e animações, o único "problema" é que é repetitivo e monótono. Na minha opinião o jogo é bem feito, o problema é que a premissa apenas não é interessante. Enfim, não me cativou.

Beany Bopper é um shooter vertical com scroll, meio lento mas divertido - pena que enjoa rápido. Na sequência veio Bermuda Triangle, que também é um shooter - que novidade! - mas com um submarino, e é bem interessante e difícil de conseguir uma boa pontuação, porque o jogador perde pontos ao atingir ou colidir com qualquer criatura marítima. E este Triângulo das Bermudas está LOTADO delas. Vale conhecer, não é um clássico mas vale a jogada, um shooter diferentão e bem feito. Depois fui para Bugs... Gente do céu... Enfim, chegando ao último jogo da vez, Burger Time não me cativou, terminando esta edição em uma nota de tom menor e triste.

Bermuda Triangle é apenas simpático.

Destaques: Air Raiders, Alien, Atlantis.
Piores momentos: Bachelor Party, Burger Time.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Análise 48 - Bubbles [Arcade]



O mês de fevereiro tem sido pesado no trabalho, mas mesmo assim relativamente agitado neste blog. Hoje, trago um dos jogos mais bizarros de que já tive notícia... Bubbles é um jogo de arcade lançado pela Willians em 1982. Trata-se de um título um tanto obscuro e não tão bem recordado pelos jogadores. E não é para menos, pois a premissa é no mínimo peculiar: o jogador controla uma bolha de água em uma pia, limpando sua superfície ao mesmo tempo em que evita inimigos. Desenvolvido por John Kotlarik e Python Anghelo, foi uma tentativa de criar um jogo no estilo de  Pac-Man com uma abordagem mais simpática, por assim dizer. 



Bubbles é um jogo de ação com alguns elementos leves de puzzle em um ângulo de vista aéreo. O jogador deve manobrar a bolha e capturar formigas, migalhas e gordura antes que essas coisas alcancem o ralo da pia. Quanto mais detritos são capturados, mais a bolha cresce, chegando a ganhar olhos e boca. Nessa hora, a bolha não é mais vulnerável aos esfregões e buchas que estão competindo com ela pela limpeza, rebatendo esses objetos ao invés de perder uma vida. 








A pontuação é aumentada quando conseguimos jogar tais utensílios da cozinha no ralo. É preciso também tomar cuidado com as baratas (que encanamento é esse...) só podem ser eliminadas se a bolha estiver com uma vassoura grudada- esta última adquirida só quando absorvemos a gnoma com a vassoura. Maluco? Sem dúvida alguma. A fase termina quando toda a sujeira da pia sumir. Se nessa hora a bolha tiver um rosto completo, o jogador passa ao próximo nível. Caso contrário, começamos de novo a fase com uma vida a menos. Há um atalho para passar de fase, em que é possível conduzir a bolha com o rosto completo até o ralo quando ele piscar em verde. Mas uma vida é perdida se levarmos a bolha ao ralo em outras condições.
 




Uma rara e feia máquina de Bubbles em ação

O mérito de Bubbles é ser completamente diferente do esperado para qualquer época - talvez hoje em dia nem tão peculiar devido à ousadia dos jogos indies, enfim... Ao mesmo tempo em que isto é uma fraqueza, pois como o jogo todo se passa em uma pia suja, é muito fácil de enjoar. Mesmo tendo um alto nível de desafio e mesmo com uma proposta inteligente para o estilo de jogo de Pac-man, Bubbles enjoa surpreendentemente rápido. Os controles, como é de se esperar, são escorregadios e para manobrar a bolha é preciso muitas tentativas e erros, mas mesmo assim é no  mínimo interessante o jogo. Do ponto de vista técnico é um jogo muito bem feito considerando sua época de lançamento, mas ele não consegue prender por muito tempo. Bom, eu pelo menos não consegui jogar muito tempo. Pude conferir esse título pela coletânea de ps2 Midway Arcade Classics, no qual acredito que seja o melhor formato para esse jogo. Não é um clássico mas consegue divertir por uns minutos! E vocês? Chegaram a conhecer esse jogo?


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 08: Ainda em 1982, Salvos por Yar's Revenge

Phoenix é surpreendente
A Jornada Atari 2600 continua e agora a bola da vez é Phoenix, um shooter vertical estilo Galaga, super rápido e intenso. Excelentes controles e um bom visual acompanham um tiroteio espacial emocionante e frenético. Os inimigos são diversificados e alguns deles devem ser atingidos em pontos-chave para serem vencidos. O problema é que tive de usar a tecla de mudo porque os sons do jogo irritam em questão de 30 segundos. Fica tocando em loop uma frase atonal e tensa, provavelmente para causar uma sensação de urgência ao jogo, mas não ficou nada legal. Phoenix, no entanto, é um ótimo jogo, é só colocar no mudo que ele demora para enjoar...



Ao centro da tela, Indiana Jones, inconfundível...



Aí eu fui seguindo com os próximos e daqui foi decepcionante, comparando com o nível dos jogos das edições anteriores, que mesclavam clássicos, surpresas e bombas. Era mais equilibrado, e nessa parte da jornada, as coisas penderam para o negativo. Raiders of the Lost Ark é triste... Me lembrou muito o jogo E.T., que vimos na edição anterior.

Depois eu fui para 3 títulos da série RealSports: Baseball, Football, e Volleyball. Eles são bem feitos, mas realmente não gostei de nenhum... Baseball e futebol americano são duas modalidades que não entendo como funciona, então eu não gostei por causa dos esportes em si, então eu não tenho uma opinião formada sobre se são boas adaptações ou não. Fui jogar o de vôlei com alguma expectativa, mas não deu porque o controle é extremamente frustrante, inibindo qualquer diversão. Os visuais são até bonitos, mas continua sendo uma nhaca... Então não rolou.

RealSports Volleyball é bonito, pena que o controle é frustrante.

Voltando aos shooters (suspiro longo...), Star Raiders é um jogo de tiro com naves mas com visão em primeira pessoa. Também não deu muito certo aqui, talvez eu esteja mal humorado, sei lá... Já em Submarine Commander você controla um submarino e deve atacar navios... Que negócio chato... Prefira jogar batalha naval no caderno, como você com certeza fazia nas aulas de matemática sobre polinômios. Vanguard é um shooter lateral com alguma coisa de Scramble, mas super lento... E minhas reticências e suspiros aumentam a cada linha desta edição... E depois cheguei ao Swordquest: Earthworld, que é uma espécie de Adventure, mas sem o menor sentido... Chega de reticências... ZzZzZz...

Star Raiders é nauseante.


Até que Yar's Revenge é simpático.
Ajudou meu humor depois de umas rodadas nessa edição...
E terminando esta edição em uma nota mais alegre, finalmente joguei o famoso Yar's Revenge, do qual os gringos tanto falam no YouTube. Cheguei a ele mal humorado e melhorei logo: é outro jogo de tiro, mas dessa vez totalmente acertado. É desafiador, divertido, diferentão... O problema é o som do jogo, e mais uma vez tive que jogar no mudo. Mas assim como Phoenix e os outros jogos de outras edições, me diverti muito. No final, valeu a pena seguir mais esse trecho da lista, pois Yar's Revenge e Phoenix justificaram a paciência que os outros jogos dessa edição pediram. Essa edição foi um tanto alarmante, porque de todos os jogos que conferi dessa vez apenas dois se salvaram! Espero que as próximas vezes melhorem o nível.

Destaques: Yar's Revenge, Phoenix.
Piores momentos: todos os RealSports, Raiders of the Lost Ark e Star Raiders.




Análise 47 - Mappy [Arcade]

Trazendo hoje mais um título de Arcade da década de 1980, venho falar sobre Mappy, que foi lançado para os arcades pela Namco em 1983. É um jogo de plataforma em tela fixa, a exemplo de Mario Bros. e Lode Runner. Confesso que não conhecia Mappy. Fui ter contato com ele pela primeira vez na excelente e frequentemente citada por aqui coletânea Namco 50th Anniversary do PS2. E falando nesse disco, eu o recomendo fortemente a qualquer pessoa remotamente interessada em videogames. É fantástico mesmo. Voltando ao jogo de hoje em si...


Mais um belo gabinete...


Mappy é simpático, mas está longe de ser fácil
Neste jogo controlamos um rato policial chamado Mappy que tem a missão de invadir uma casa lotada de gatos e recuperar objetos roubados por eles. E mais uma vez constatamos a criatividade e imaginação dos desenvolvedores de jogos dessa época, com este jogo sobre perseguições entre gato e rato. O ratinho da lei pode ser controlado por meio do direcional para a esquerda ou para a direita, podendo mexer com as portas da casa com um único botão de ação. E é com essa simplicidade toda que o jogo nos pressiona a improvisar, escapando dos gatos e recuperando os itens, como se dissesse somente "se vira, ratão". A casa tem 6 andares, e é possível acessar cada andar ao saltar em trampolins espalhados pela casa, apertando o botão direcional na hora certa enquanto estiver no ar para alcançar os outros níveis. Assim, o jogador pode controlar para qual andar cada salto de trampolim vai levar.



É preciso usar as portas estrategicamente

Mas há uma pegadinha: isto só pode ser feito ao saltar de baixo para cima, deixando uma certa estratégia ao jogo, pois o mesmo vale para os gatos que estão perseguindo o Mappy. É preciso evitar tocar nos gatos, pois assim o roedor perde uma vida. Importante lembrar que tocar neles no meio de um salto não tira uma vida. Os trampolins têm um limite de uso: se você ficar pulando várias vezes seguidas ele muda de cor até estourar e você cair em um buraco. Cada fase termina quando coletamos todos os itens do cenário, e se você demorar muito, o jogo vai literalmente te apressar com uma mensagem de "HURRY" e vão vir mais gatos para cima do coitado do rato. A cada 3 fases há uma fase bônus sem os gatos para que Mappy acumule pontos pegando balões pulando entre trampolins em um tempo limite. 

Mappy ajudou a popularizar o "Bonus Stage"
O visual do jogo é bastante colorido e simpático, imitando os modos de um desenho animado. Os sons e as musiquinhas do jogo são alegres e em tom maior, como se fosse mesmo um desneho animado infantil. Mas lhes asseguro que esse jogo não é muito infantil, pois fica desafiante e complicado super rápido, levando aos limites os reflexos de quem joga, assim como os bons jogos de fliperama dessa época.
Os controles são simples ao extremo, mas dominar a dinâmica do jogo vai dar trabalho.

Os controles são responsivos e é difícil parar de jogar. Mappy é um jogo extremamente simpático, com aquela coisa de gato e rato como nos desenhos de Tom e Jerry. Aqui vale a boa e velha máxima: é simples de jogar, mas difícil de dominar por completo. Não está no nível de outros clássicos como Lode Runner ou Ms Pac-man, mas vale a pena conhecer!



domingo, 5 de fevereiro de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 07: Começa 1982!

Dispensa apresentações
Antes de começar esta sétima edição da Jornada Atari 2600 que segue firme e forte, preciso confessar que comi bola em relação à última edição. Eu disse que havia jogado todos os jogos de 1981 para o sistema, mas faltou um jogo: Freeway da Activision. Vou falar sobre ele logo mais. E agora, seguindo em frente, entramos no ano de 1982, provavelmente o auge do Atari 2600. Pelo que estudei da lista de jogos lançados para o Atari, provavelmente vamos demorar umas boas postagens para cobrir todo o ano de 1982 no console. Mas não temos pressa e o objetivo é pura e simplesmente se divertir conhecendo velharias mais velhas que eu. Como eu já disse mais de uma vez, não tenho a intenção de transmitir a nostalgia de uma época que não vivi, mas sim gostaria de registrar a experiência e descoberta de quem não estava por perto quando tudo isto ocorreu no videogames. Enfim, vamos continuar com a Jornada. Coloque uma banda de 1982 para tocar e vamos lá. Esses jogos foram embalados ao som do álbum Creatures of the Night do Kiss...


Freeway é frenético
O último de 1981 foi Freeway, da Activision, é uma variação do Frogger, no qual temos de ajudar frangos a atravessarem a rua. Só podemos ir em frente ou voltar. É um jogo para partidas em dois competindo pelo maior número de frangos atravessados. Jogo terrivelmente desafiador mas dificuldades mais altas, bastante divertido. Depois de uns frangos atropelados, fui de fato começar os jogos lançados em 1982. Comecei pelo Atari Video Cube, que é uma tentativa de reproduzir aqueles "cubos mágicos". Assim como forca e dama, é melhor jogar no formato original, com o cubinho mesmo - que encontramos em qualquer lojinha de 1,99 ou aquelas Xing-Lings da vida...





Depois parti para Berzerk e aí a coisa ficou SÉRIA. Berzerk é um famoso jogo de tiro com visão aérea, estilo Robotron 2084, porém não tão frenético. Os controles são simples: o direcional movimenta o personagem e direciona os tiros disparados pelo botão de ação. As paredes são elétricas aparentemente e em uma voltagem letal. Devemos evitá-las e trocar tiros com os robôs no cenário, e o posicionamento do personagem é fundamental para evitar o fogo inimigo e revidar. Ao vencer os inimigos, avançamos por várias salas, lembrando de forma rudimentar o Legend of Zelda que só sairia anos mais tarde... Em alguns cenários aparece um smiley psicótico invencível (!!!!) do qual temos de fugir. O jogo tem um bom desafio e uma dificuldade ajustável. Os controles são ótimos, adorei esse jogo.
Berzerk é impressionante.



Quadrados e mais quadrados de pura ação
Como se não bastasse o fantástico jogo que foi Berzerk, cheguei a Centipede, que é tão bom quanto o original de arcade, apesar de ter visuais ainda mais rudimentares. Mas este é aquele jogo no qual o que importa mesmo são os tiros e a diversão. Recomendadíssimo... A jornada continuou a me empolgar, e mal eu podia esperar para jogar a versão de Defender. Achei divertida, porém morna. Os gráficos ficam piscando muito e é difícil enxergar os humanos a salvar. Dá para brincar um pouco com esta versão, mas nem chega aos pés da original.






Mesmo com perdas, Defender continua competente.



Muito cuidado com o logo da Enix...
Mas, como aprendi a esperar de uma jornada dessas, depois destes bons jogos, o nível votou a cair. Crazy Climber é mais uma bizarrice simpática do Atari 2600. Nele, temos de escalar um prédio evitando obstáculos. O inimigo é o smiley psicótico invencível do Berzerk que arremessa pela janela o logo da Enix na direção do jogador... Duvida? Veja a foto ao lado e confirme!







Na foto parece até aceitável, mas espere jogar...


Haunted House é uma espécie de Adventure no escuro, onde vemos apenas os olhos do personagem, devendo evitar morcegos e fantasmas, entre outras criaturas. A tela muda de cor quando chegamos em alguns pontos. Mas não saquei o objetivo. Alguém saberia dizer qual é a de Haunted House?

Famoso por ser citado como símbolo do infame Crash
dos videogames em 1983. É um jogo ruim, mas acho
injusta a imagem que foi criada pela mídia de que E.T.
tenha sido determinante para isso...
É apenas um jogo sem diversão, nada mais.
Sempre li e ouvi que Pac-Man para Atari 2600 era uma decepção, uma bomba. Fui jogar de mente aberta, disposto a fazer vistas grossas para eventuais bugs, mas o que fizeram aqui foi demais. Explico o porquê. Não bastava fazerem gráficos feios até para o Atari, os controles do Pac-man ficaram escorregadios, dificultando muito aquela precisão que o original exige. E para agravar os problemas com esse título, os fantasmas agem como fantasmas mesmo: eles atravessam paredes, cercam a bolota amarela sem possibilidade de fuga, sendo quase impossível ir muito longe. As cores e o modo como as piscadas se comportam dificultam muito atacar os fantasmas, enfim... Esses ingredientes, principalmente o over power que deram nesses fantasmas, tiraram a diversão de Pac-man. Uma pena. Já o E.T. the Extra-Terrestrial merece toda a má fama que adquiriu e um pouco mais... Por fim, Demons to Diamonds é um shooter esquisitão e nada divertido.


Demons to Diamonds tem umas ideias até interessantes, mas não é divertido.

Nessa remessa de jogos me surpreendi com Berzerk e Centipede, e pude confirmar a fama de Pac-man e E.T. Continuamos a próxima edição com mais jogos de 1982 para este sistema clássico e peculiar, para dizer o mínimo, que é o Atari 2600.

Destaques: Berzerk, Centipede.
Piores momentos:  Pac-man, E.T.