Hoje vou falar de um jogo completamente fora da curva e diferente do normal, que eu só conheci graças à fantástica coletânea Midway Arcade Treasures no PS2 - que, aliás, é um disco fantástico para quem gosta de jogos antigos e arcades. Como podem ver pelo blog recentemente, tenho tido dificuldades em parar de jogar esse título. Mas afinal o que Root Beer Tapper tem de especial? Nele, fazemos o papel de um garçom de bar que deve servir cerveja a seus clientes o mais rápido possível, acumulando pontos e gorjetas. Confesso que me aproximei desse jogo sem expectativas, só para ver do que se tratava, por curiosidade mesmo. Para minha surpresa e alegria, RBT é um jogaço.
O lindo gabinete de RBT |
Lançado em 1983 pela Bally Midway para os fliperamas, foi também portado para uma série de sistemas, como o Atari 2600 e o Colecovision, em alguns lugares com o nome de simplesmente Tapper. Mas hoje vamos ver mesmo sobre o original de arcade. Os gráficos são típicos da era 8 bits, no início da era nintendinho: sem muitos detalhes gráficos, mas muito colorido, animado e com personagens caricatos como em desenhos animados antigos. As animações e todo o "feeling" do jogo passam muito bem aquela sensação de cartoon da primeira metade do século XX da melhor forma possível. Os clientes são bravos e se aproximam rapidamente do local em que estamos trabalhando.
O barman quando se move deixa aquele rastro de vento/poeira típico de um desenho do Popeye quando algum personagem sai em disparada, e a raiva dos clientes esperando por uma gelada é impagável. Os sons são absurdamente simpáticos e passam todo aquele clima descontraído de animação, complementando bem a violência cômica típica daqueles velhos desenhos animados. A trilha sonora não enjoa, e às vezes quando pegamos uma gorjeta no balcão, começa uma música de can can e várias dançarinas aparecem ao fundo, distraindo e "congelando" alguns bebedores clientes. Isso ocorre quando servimos vários clientes em sequência e como bônus um deles deixa um troco a mais no balcão, porém devemos correr para pegar antes que o dinheiro bônus desapareça. Qua coisa, não?
Pegue a gorjeta antes que suma! |
Fases bônus trazem diversidade a um já fantástico jogo. |
Toda essa ação ocorre com um direcional que controla a posição do garçom, trocando entre quatro linhas verticalmente, pelas quais os clientes avançam. Apertando o direcional para os lados, corremos em direção de onde vêm os clientes para pegar as gorjetas e os copos vazios de cerveja que os beberrões lançam em nossa direção. Aliás, essas canecas vazias são fundamentais, pois se deixarmos uma só cair no chão, perdemos uma vida. Outra maneira de morrer é deixar que um dos fregueses alcance a torneira de cerveja, pois eles simplesmente vão agarrar o pobre garçom e lançá-lo balcão abaixo, como se fosse uma caneca vazia de suco de cevada. Extremo, né? A cada onda de clientes vencidos avançamos uma fase, e a cada fase vencida, o carinha comemora de um jeito diferente.
O interessante controle da máquina original: Simulador de Bartender mesmo! |
Os controles e o ritmo frenético com que os pinguços avançam criam uma adrenalina sensacional, complementando muito bem todo o estilo do jogo. Tem ainda umas fases bônus para aumentar a pontuação. Root Beer Tapper é surpreendentemente divertido e envolvente, é difícil parar de jogar. Tive mais dificuldade em parar esse jogo do que em parar de jogar Ms Pac-man, e isso é muita coisa. Até aqui foi o melhor jogo da Midway que analisei nesse blog, fechando muito bem a marca de 50 análises. Estou muito satisfeito por ter conhecido RBT, e completamente viciado. Olha que eu nem gosto de cerveja, mas Root Beer Tapper é imperdível.