quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Monument Valley (Android)

Após um bom tempo sem postar, na última publicação que escrevi por aqui comentei sobre o que eu andava fazendo em relação aos videogames. Devido a uma rotina muito dinâmica, eu não tenho conseguido jogar com frequência em um console de mesa, me levando a recorrer mais ao celular, 3DS e ao notebook. Desse forma dei uma ressucitada na eshop do aparelho da terceira dimensão e na play store do meu celular. Entre ter voltado a jogar Pokémon Y visando pegar alguns monstrinhos de gerações antigas antes de migrar para a nova geração, eis que me lembrei da indicação do meu grande amigo Cassio e baixei Monument Valley.
 
Logo a princípio o que chama a atenção é o visual maravilhosamente desenhado com traços minimalistas mas sob perfeita medida com um uso no mínimo impressionante das cores e de toda a geometria, formando uma estética que nos prende à tela do aparelho logo de cara. Somado aos sons ambientais e climáticos dos cenários, a geometria remete diretamente ao estilo das pinturas de Escher, passando uma imagem de perspectiva que só vendo para crer.

Aqui nós controlamos os passos de uma garotinha chamada Ida por uma sequência de monumentos, ao final dos quais ela deve colocar objetos em diferentes altares. O jogo usa muito bem a tela de toque, bastando um simples toque de tela para que Ida ande na direção desejada, além de outros toques permitirem manipular o terreno resolvendo os mais variados e incríveis enigmas e puzzles fazendo uso da perspectiva e noções de profundidade. Aí está mais um aspecto difícil de se exprimir em um review, portanto só mesmo vendo e jogando. Monument Valley apresenta alguns extras e uma jornada, que embora curta, é absolutamente inesquecível. Vou deixar aqui algumas capturas de tela durante minha jogatina.


















Não posso recomendar Monument Valley o bastante. É um título marcante e envolvente com um charme todo único, valendo cada centavo investido na compra do download.


domingo, 29 de julho de 2018

O que ando fazendo...

Há um bom tempo já não sigo com a agenda das análises deste blog. Não por ter perdido a vontade, mas porque assuntos relativos ao trabalho e aos estudos têm consumido muito tempo, reduzindo mais ainda minha jogatina que vinha meio magrinha nos últimos tempos. Sem jogar, fica inviável atualizar este blog que é precisamente sobre uma das coisas de que mais gosto: os videogames. Por que então continuo com a página? Simplesmente porque eu passei a gostar muito de escrever aqui, não tem muita explicação não...

Eu passei por uma série de coisas que mudaram meus horários de trabalho e estudo, no entanto não aumentou meu tempo de jogo. Busquei mudar um pouco o formato da minha jogatina, então voltei com o Knights of Pen and Paper no celular nesta última quinzena. Assim, entre um intervalo e outro, pude ir me entretendo com este simples porém divertidíssimo rpg e suas referências... Aliás, como não jogar KPP e não se inspirar a começar a jogar rpg de mesa? Este é inclusive um projeto pessoal que tenho... o de começar um grupo para jogar rpg... Mas no momento não tenho esta liberdade, mais uma vez pela gestão do tempo e as prioridades não permitirem - ainda. 

Todavia, hoje andei ressucitando minha conta na Steam e comecei a jogar Portal. Provavelmente eu vá usar meu curto tempo de jogo para títulos de PC que rodem em meu notebook (relativamente velhinho) ou jogos portáteis - sejam em DS, PSP ou celular. Voltando ao Portal, posso dizer que nunca vi um jogo assim: ele parece e se comporta muito como um FPS, mas a arma no jogo serve, como sugere o nome, para abrir portais. A partir daí, é preciso experimentar com os portais até entender sua dinâmica e física. Ao compreender a mecânica dos portais - que é esquisita no início, mas na real é muito simples de entender - somos brindados a um jogo de puzzle viciante, com uma fase melhor que a outra. Os gráficos são meio básicos mas a jogabilidade e o excelente controle aliados ao clima do áudio criam o tom da exploração. Jogo simplesmente fantástico, estou jogando no notebook usando mouse USB e fone de ouvido. 



Além da jogatina, tenho buscado ler mais, entender um pouco mais sobre as coisas e buscando melhorar sempre em termos culturais, além é claro, dos estudos. Conforme possível vou comentando por aqui sobre o que tenho feito, e vamos ver como essas postagens se desenvolverão.



terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Análise 69: Space Harrier [Arcade]


Ano novo, vida nova... Todo começo de ano nós definimos o que fazer de diferente, estimulados em todos o sentidos, como se uma chavinha virasse e fosse de fato uma fase nova. Na prática, isto é um conceito inventado pela humanidade, de colocar uma fita métrica no tempo e medí-lo em horas, dias, anos... Mas se pensarmos de um modo mais otimista, é uma ideia muito interessante até espiritualmente falando, pois esta noção de ano novo nos estimula a navegar por novos mares a cada vez que recomeça um ciclo. Afinal é ano novo, portanto um novo paradigma - pelo menos em nosso imaginário... Então, para  não perder o velho hábito de mudar (por mais esquisita que a ideia pareça), algumas pequenas novidades vão aparecer nas próximas análises.  Logo ao início vou buscar tecer breves comentários sobre minha configuração para cada jogo postado. Por exemplo, foi no próprio console com cartucho? Foi com Flash Card ou Everdrive? Foi emulador? Ou alguma coletânea de jogos antigos lançada em algum sistema mais moderno? E os senhores vão notar que vou incluir um vídeo com alguns momentos da jogatina, sempre que possível. Vamos à análise, portanto.

O Space Harrier é um exemplar que joguei casualmente algumas vezes pelo emulador há alguns anos, porém foi a versão de Master System. Desde que comecei com as análises deste blog, tenho interesse em conferir o arcade de SH, pois parece mesmo ser um jogo historicamente importante nos anos 80. Pois bem, chegou a hora. Para esta análise joguei pelo emulador MAME em meu notebook, usando um controle USB da Retrolink, réplica do Sega Saturn. Aliás, que controle excelente para jogos antigos... Recomendo a todos, é fácil de achar pelo Aliexpress. Vale a pena esperar o frete. Assim como também valeu a pena tentar até conseguir configurar uma versão do MAME que rodasse esse jogo. Esse é um emulador enjoado, para dizer o mínimo, mas vale a pena. Por aqui deu certo com a versão 0142b. Pois bem, vamos ao jogo em si.

Um clássico dentro de outro clássico dispensa legendas...


Desenvolvido pela Sega e lançado em 1985 para os arcades, Space Harrier é considerado um dos maiores sucessos do desenvolvedor Yu Suzuki - famoso por grandes clássicos da Sega, como OutRun, Hang-On, Virtua Fighter, Shenmue... Trata-se de um jogo de tiro em terceira pessoa com uma progressão automática, que com o passar dos anos, críticos e jogadores chamariam de rail shooter. Dentre os mais antigos shooters, o mais parecido com Space Harrier é provavelmente Tempest (leia a análise aqui) da Atari, lançado em 1981. Space Harrier poderia ser bem definido como a evolução de Tempest e um ancestral de Star Fox e Panzer Dragoon.

O belíssimo gabinete de Space Harrier.
Créditos da foto: Harcore Gaming 101.
Aqui controlamos o protagonista Harrier, que está equipado com um canhão especial, que também serve como propulsor a jato, permitindo que ele voe e atire ao mesmo tempo. O personagem sempre estará posicionado no centro da tela, sendo preciso segurar o direcional na direção desejada, ou ele sempre vai se posicionar no centro. Parece um pouco diferente no início mas é muito simples se acostumar com essa dinâmica. É possível se movimentar em todas as direções da tela, porém não é possível parar/frear. O personagem perde uma vida se for atingido por algum inimigo, projétil ou obstáculo, devendo passar por cada fase atirando em tudo o que aparecer pela frente, quase sempre com um chefe de fase ao final de cada percurso (mais precisamente 15 entre 18 fases totais).






Os gráficos são muito à frente de sua época de lançamento: ele parece um jogo avançado da geração 16 bits, com uma velocidade e movimentação incrivelmente fluidos, que fazem vários jogos do Mega Drive parecerem lentos. Os sprites dos personagens são enormes e a progressão do cenário com o chão desenhado em quadriláteros se unem para transmitir uma sensação de profundidade em um visual pixelizado tridimensional. Se em pleno 2018 eu achei interessante o efeito gráfico de Space Harrier, fico imaginando o impacto visual que esse jogo teve em 1985.





Os sons também chamam muito a atenção por sua potência e profundidade, casando muito bem com a excelente trilha sonora composta por Hiroshi Kawaguchi (famoso por toda uma carreira trabalhando na Sega, com especial menção às inesquecíveis músicas de Out Run), munido com um sintetizador Yamaha DX7 fazendo excelente uso do chip FM dos arcades da Sega. Menção especial para o excelente baixo das músicas, com timbre cheio e marcante. Toda essa sonoridade incluiu também vozes digitalizadas mais limpas e claras que em qualquer outro videogame da época. Dessa forma, todo o clima da aventura está muito bem retratado.




Os controles originais do arcade são baseados em uma alavanca analógica, porém minha configuração aqui em casa também funcionou muito bem. Cada fase tem uma variedade grande de inimigos a abater, com desafio crescente, gerando uma experiência incrível mesmo no dia de hoje. A ação é veloz e furiosa, gerando algumas cenas inigualáveis em sua época de lançamento. Em suma, Space Harrier é divertido, viciante e desafiador. No MAME temos fichas ilimitadas à disposição, mas se imitarmos a experiência original do arcade de se usar poucas fichas, o jogo é realmente difícil. Recomendo Space Harrier a qualquer um que seja minimamente interessado em videogames em geral, realmente é um clássico.


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A Indecisão ao Escolher o que Jogar... E Sobre Como Resolver

O ritmo de postagens do blog diminuiu bastante desde o segundo semestre e 2017, para uma quantia de publicações bem abaixo do que eu gostaria. De todo modo, o blog continua ativo e vivo, mesmo com textos mais esporádicos. Antes de iniciar este texto, eu gostaria de deixar aqui registrado que este post não faz apologia a nenhuma forma de pirataria, nem tampouco incentiva sua prática. Tudo o que está relatado aqui é uma visão pessoal sobre a realidade dos jogos de videogame na terra de Vera Cruz. Tão e somente isto. Sem maiores introduções, vamos lá!

Quando e como começamos a ter acesso a tantos jogos?


Eu me lembro muito claramente de quando eu era criança em 1999, época em que não era barato comprar um cartucho de Super NES, quanto menos ainda aqueles cartuchos incríveis de Nintendo 64 que eu apenas namorava de longe porque meu console era o SNES. Me lembro de que ter acesso a muitos jogos era algo impossível, pois mesmo ao alugar cartuchos o custo não era barato se fosse levar em conta o tempo que poderíamos passar com cada jogo. Isto sem contar os fliperamas/arcades, que permitiam apenas partidas muito curtas - embora divertidíssimas - que podiam sair bem caros, recorrendo no mesmo problema do aluguel de cartuchos: acabava saindo caro.

Não dava para ter muitos jogos, era preciso realmente escolher com cuidado.
Repare o Mission Impossible, mais caro do que o Mario 64
 
Talvez hoje em dia esses jogos de SNES nem pareçam tão caros, mas antigamente
esses valores impediam a montagem de uma coleção grande

Um belo dia, conheci o PlayStation por intermédio de um amigo de infância que o tinha comprado, porém com um detalhe crucial: era destravado e rodava CDs piratas. Eu achava impressionante como um console que a meus olhos de criança parecia tão incrível quanto o então inalcançável Nintendo 64, pudesse ter seus jogos tão baratos. E eu via que meus amigos com ps1 tinham jogos aos montes, do jeito que eu sempre quis ter para o SNES. A título de comparação, na prática, eu tive no máximo 8 cartuchos, acumulados em um período de 5 anos, e 5 deles eram piratões da galeria pajé (talvez um dia eu entre em detalhes neste sentido), enquanto que os amigos que tinham poucos jogos de PS1, tinham 20...

Tive também um Gameboy Color em 2001, mas apenas com Pokémon Silver que joguei por muito tempo, além de um cartucho pirata com 10 jogos antigos do Gameboy Classic. Lembrando que os cartuchos originais de GBC também eram caros. O tempo passou e aos 13 anos lá em 2003 eu pude ganhar um console novo, e optei por um Gamecube, sem levar em conta que eu poderia ter um PS2 destravado com muitos jogos... E como os jogos de GC eram muito caros e não tão simples de achar na minha cidade, tive poucos títulos em casa (poucos sim, mas inesquecíveis e que joguei à exaustão até abrir tudo) ao invés das muitas opções que eu viria a ter caso eu tivesse um PS2...

Wind Waker foi um jogo que esmiucei à exaustão na época


No entanto eu havia descoberto nesta mesma época algo que mudaria para sempre minha relação com os jogos: os emuladores para Windows. Em 2004 tínhamos em casa um PC razoavelmente bom para a época, que conseguia rodar o primeiro The Sims e o Sim City 3000 (que eu jogava muito!) com uma performance muito satisfatória, mas nada de rodar jogos atuais dessa época como Prince of Persia Sands of Time e Half Life 2 por exemplo... Não me lembro ao certo como aconteceu mas um dia eu baixei o emulador de Super Nintendo e algumas roms com conexão discada tarde da noite... De início eu não sabia como usar esses programas, mas ali no computador ficaram, até que eventualmente eu aprendi a usar o zsnes e ali estavam disponíveis jogos que eu não conseguiria comprar pois como falei antes, cartuchos originais eram muito caros na época ou difíceis de achar para comprar onde eu morava.


De repente eu podia jogar Zelda de SNES,
cartucho que nunca consegui encontrar na época

Fato é que o PC estava rodando Donkey kong Country 2 e 3, Zelda Link to the Past, Final Fantasy 2 e 3, Top Gear 2 e 3000... um monte de jogos caros que eu sempre quis ter no SNES e não tinha! E tudo isso levando apenas 30 a 45 minutos com o download de cada jogo. Embora hoje seja algo trivial, naquela época aquilo foi uma revelação tremenda, que ficou ainda melhor depois que começamos a ter banda larga pelo antigo Speedy. Pela primeira vez eu tinha uma coleção grande de jogos completos à disposição para curtir à vontade. 

Outro cartucho que nunca consegui achar na infância
Em algum momento adquiri um controle para PC (ainda nem era USB, era aquele modelo de pinos!!!) para jogar as roms de Super Nintendo que eu não conhecia ainda, pois só pelo teclado não era legal jogar os títulos de ação. Então talvez este momento entre 2004 a 2006 seja a primeira vez em que eu pude ter acesso a muitos jogos de uma só vez. Nessa época tive ainda acesso ao emulador de GBA quando o console ainda estava na ativa e seus cartuchos ainda eram inacessíveis de tão caros... tinha ainda opções de filtros de imagem... Enfim, nesse espaço entre o fundamental e o ensino médio eu fiz a festa com os jogos antigos. E foi nessa pegada que em 2007 eu com meus 16 anos concluí que eu não precisava do meu Super NES e doei para um amigo da família para que ele doasse a alguma criança na época.



Fato é que com o passar dos anos os computadores e os emuladores só melhoraram, aumentando a oferta de jogos disponíveis. Não apenas por meio dos emuladores ou piratões se tem muitos jogos, no entanto: a Steam e as lojas virtuais dos consoles modernos (em detrimento das mídias físicas) têm promoções diárias, tornando os jogos muito mais acessíveis hoje em dia. Como resultado, há de fato uma gama muito maior de títulos à nossa disposição para jogar.

De onde vem a indecisão?

Desde que passamos a ter maior acesso às informações e aos jogos em si, provavelmente o excesso de recomendações seja um dos motivos para começarmos tantos jogos sem no entanto levá-los a cabo. Sempre tem algum jogo "obrigatório" e clássico de algum console que deixamos passar, porque é impossível ter jogado de tudo na época desses sistemas antigos (e únicos do mercado livre... ¬ ¬). Desta forma, todos têm aquilo que o pessoal mais velho chama de "pecado gamístico". Outro fator óbvio e importante é que a cada geração que passa, aumenta o número de clássicos recomendáveis, assim como o acesso a eles, pois os emuladores melhoram a cada ano, assim como lojas online como a Steam apresentam cada vez mais opções e com ótimos preços e promoções. Sem contar os desbloqueios malucos que a comunidade desenvolve para consoles como PS2, Wii, Xbox, PSP... Isso leva ao que alguns chamam de síndrome do labirinto (muito bem explicada pelos excelentes Shugames e Projeto Jogatina), que é um nome sofisticado para a pura e simples indecisão.

Um importante ponto a lembrar é que a esmagadora maioria do pessoal que aprecia jogos antigos é composta das crianças daquela época, que hoje são adultos. E como é evidente, não temos muito tempo livre. Temos muitas obrigações, metas, famílias a cuidar, contas a pagar... Enfim, nós crescemos, portanto não temos mais todo aquele tempo livre para esmiuçar os jogos. Esses ingredientes se juntam à era digital para deixar nossa jogatina limitada, contribuindo muito para a indecisão. Esta indecisão, por sua vez, consome mais ainda do pouco tempo livre que temos, pois com ela perdemos o precioso tempo, ao invés de aproveitá-lo.

Com tantas opções ao alcance de nossos dedos para assistir,
é comum perder tempo escolhendo.

Aliás, isso não só ocorre com os jogos, mas também com livros, filmes e séries. Quem nunca ficou na dúvida de qual livro começar a ler? Quem nunca ficou vários minutos para decidir o que assistir no Netflix? Qual música tirar no violão? Meia hora para escolher um sabor de pizza?? Síndrome do labirinto por toda a parte dos meios de entretenimento, meus amigos...

E como resolver isto?

Entendo que o primeiro passo é simplificar as coisas: é importante aceitarmos que na fase adulta temos pouco tempo livre mesmo. Cada fase da vida tem seus contras, mas também têm sua cor e o seu valor. Considero importante aceitar a condição em que vivemos para que não sejamos eternos insatisfeitos com as condições do presente (sem desistir de melhorar, evidentemente). Segundo passo, não ter muito medo de perder tempo ao não gostar de algo e escolher logo o que fazer, não importa se é livro, jogo, filme, passeio... Tudo na vida tem seus bons momentos, não se importe em escolher a melhor coisa de acordo com criticas de especialistas ou opiniões alheias. Então este princípio se resume ao conceito de não pensar tanto antes de começar algo.

É importante também ressaltar que às vezes uma atividade lúdica destas pode ser vista de forma involuntária como algo parecido com um trabalho. Por exemplo: preciso zerar logo o jogo X para começar o jogo Y; ou, largar o jogo Y no meio porque o jogo Z é um clássico... Isto faz com que se perca a essência primordial de jogar videogames: relaxar, descontrair, curtir, e simplesmente estar mais calmo e feliz do que quando começamos. E não é por isso que jogávamos quando éramos meninos? Era porque era divertido, não porque tínhamos uma lista a seguir. 

Além das mudanças de pensamento, uma forma legal é mudar o comportamento ao jogar. Comigo, tem funcionado muito bem o seguinte: eu escolho algum jogo e vou jogando, independentemente de ter pouco tempo livre. Vou jogando e progredindo enquanto for divertido. Agora eu só paro no meio se eu não gostar do jogo, e não me forço a tentar zerar se eu não curtir. Nesse começo de ano, minha esposa e eu zeramos o New Super Mario Bros Wii no cooperativo e foi sensacional. Agora estamos tentando abrir as fases do mundo especial, e isto se deu naturalmente, porque o jogo não enjoou, portanto vamos jogando até enjoar. No modo single estou jogando o Mega Man Battle Network de GBA, que tem um sistema de batalhas absurdamente divertido. Às vezes passo dias sem jogar, mas estou voltando a ele sem pressa de zerar quando eu posso. Enquanto eu não paro com estes, nada de new game em outro jogo, nem para testar. Estou fazendo o mesmo com livros e filmes, sem pensar muito antes de começar. 

O início do jogo e seu sistema me causaram uma certa estranheza,
mas um pouco de paciência me brindou com um RPG super divertido.

Como hoje em dia temos acesso a tantos meios de entretenimento a cliques de distância, é preciso gerir este foco, não forçando-se a ir até o final com algo, mas sim descontraindo e focando no principal com uma atividade dessas: um momento de descontração e lazer. E gostaria de terminar estes comentários lembrando que uma das melhores coisas com um meio de entretenimento é interagir com pessoas queridas. Eu acredito que o "brincar" é uma das formas mais verdadeiras de se compartilhar momentos especiais e alegrias.

E vocês, o que acham sobre isso?


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Análise 68: Fantasy Zone [Arcade]


Lançado em 1986 pela Sega, Fantasy Zone surgiu primeiro nos arcades, pouco tempo após a Konami lançar seu famoso TwinBee. Fantasy Zone  ficou marcado como o jogo que estrelou o primeiro mascote da sega ainda antes de Alex Kidd: a nave Opa-Opa. A jogatina ocorre com a nave em fases com várias bases (algo parecido com Sinistar) para destruir, cada uma deixando como recompensa uma moeda. Quando todas elas são destruídas, aparece o chefe de fase, que ao ser derrotado deixa para trás uma enorme quantidade de moedas, além de abrir a próxima fase. As moedas servem como dinheiro para compra de vários powerups que são inéditos para jogos dessa época: é possível comprar tiros maiores, ou mais potentes, e até asas e turbinas para sua nave ser mais ágil e forte. Sim, asas. Opa-Opa é uma nave que tem asas e pezinhos, o negócio é bem viajado mesmo. 

Esse jogo é impressionante, ainda mais considerando a época de lançamento
A possibilidade de criar pernas e andar dá um charme único
 O estilo de movimentação é muito parecido com o clássico Defender. Aliás, Fantasy Zone me parece a evolução de Defender. Aqui a movimentação é extremamente fluida e os inimigos não dão trégua, tornando o título bem desafiante. Como Opa-Opa tem pezinhos, ela pode pousar no chão, assim brotando os pés e ela vai andando até levantar vôo novamente. Nesse último ano pude jogar muitos jogos de tiro da década de oitenta, mas nenhum deles apresentou tanta variedade de ação como este petardo da Sega... 








Ao pegarmos um balão vermelho na fase, temos acesso a uma loja e podemos atualizar as armas, bombas o motor de Opa-Opa, como comentei antes. Cada vez que um novo item é comprado, eles se tornam mais caros progressivamente, e quando perdemos uma vida, perdemos os powerups. Assim, o jogador irá preferir jogar o máximo possível sem os powerups, deixando para gastar as moedas no final do jogo - que é casca grossa... Imagino quantas fichas isso aqui devorava, pois é absurdamente divertido e viciante. 
Prepare-se para ver muitas vezes o excelente efeito de explosão da nave...
É possível trocar entre as armas ao pegar um balão amarelo na fase. Todas as suas escolhas têm um timer, dessa forma a jogatina fica incrivelmente dinâmica. Os gráficos são incrivelmente coloridos como em um desenho animado e a movimentação é fluida. Os sprites dos inimigos são muito nítidos e os chefes sao um show à parte, compostos por vários sprites independentes, apresentando um resultado visual impressionante. O áudio tem um excelente e marcante baixo, definindo o ritmo do tiroteio desenfreado. 


Controles muito bem responsivos garantem um jogo desafiador e difícil, mas em nenhum momento frustrante. Fantasy Zone pode ser resumidamente descrito como uma mistura de Defender com Sinistar. No final das contas, é um verdadeiro clássico da Sega, mostrando já em 1986 como a desenvolvedora japonesa dava indícios do que viriam a ser seus jogos: os símbolos de uma geração inteira.