sábado, 23 de dezembro de 2017

Retrospectiva 07 - O que joguei em 2017

Chega o final do ano e é tempo de relembrar os jogos que jogamos ao longo de 2017. Aqui não vou citar os jogos de Atari 2600 nem os títulos que analisei senão a coisa ficaria muito repetitiva. Resolvi, como sempre que faço essa retrospectiva, focar em coisas que joguei mas não citei aqui no blog. Esta retrospectiva é parte do meme "O que você jogou este ano" do excelente blog Marvox Brasil. 

Super Mario Galaxy  (Wii)

É um senhor jogo, que já joguei ano passado mas que continuei esse ano, apesar do pouco tempo que tive para explorar esse título a fundo. Parece repetitivo comentar , mas eu reforço tudo o que comentei sobre ele ano passado: gráficos perfeitos, trilha sonora inesquecível e um divertidíssimo uso do wiimote fazem deste meu jogo favorito do Wii  (e de toda a geração passada) até o momento. Ainda não peguei as 120 estrelas porque o tempo para jogá-lo ficou meio limitado. Mas eu ainda não desisti do desafio de pegar toas as estrelas...
Uma das muitas qualidades de Galaxy é ter algumas das melhores lutas contra chefes...
Knights of Pen and Paper (Android)

Uma verdadeira homenagem aos rpgs com muito bom humor e lotado de referências, KPP é um jogo de ar leve e descontraído que me divertiu muito entre momentos de espera entre um serviço e outro.

Beyond Two Souls  (PS3)

Este adventure exclusivo do ps3 foi criado pelo mesmo estúdio responsável pelo aclamado Heavy Rain. O carro chefe desse jogo é uma história profunda que mistura espiritualidade e ficção científica de forma magistral. A captura de movimentos e expressões faciais dos atores é primorosa e passa o clima de estarmos controlando uma super produção cinematográfica estrelando Ellen Page e Willem Dafoe. A dublagem é sensacional e a história, não linear, tem momentos inacreditáveis. Joguei com minha esposa no coop e curtimos muito cada minuto do jogo. É um jogo curto e com uma jogabilidade falha em alguns momentos, mas suas qualidades superam muito seus defeitos. Beyond Two Souls é um jogo inesquecível.

A fuga de trem é um dos momentos mais incríveis deste impressionante adventure.

The Lord of the Rings: Return of the King (GameCube)

Eu sou um admirador confesso da mitologia criada por Tolkien e seus personagens da Terra Média. O Senhor dos Anéis é meu livro favorito de toda a vida, e as excelentes adaptações para o cinema também são meus filmes favoritos (ultrapassando até mesmo O Rei Leão e Forrest Gump em minha preferência pessoal). Na época que este jogo saiu, eu era maluco para jogá-lo. Eu via nas revistas da época e achava sensacionais os gráficos... depois de adulto agora pude conhecer este jogo e não me arrependi. É um hack and slash muito bem feito, estilo Gauntlet. Joguei em coop com minha esposa e nos divertimos absurdamente. O jogo tem uma boa diversidade de fases e é muito fiel ao filme  (e por consequência aos livros também) e o coop é empolgante. Passa todo aquele clima de aventura medieval que a obra original transmite tão bem. Esse título é bastante desafiador, e várias vezes quase desistimos. O carisma de cada personagem e o excelente clima do jogo, no entanto, nos prenderam a ele até o final. É muito gratificante chegar do trabalho após um dia cheio, e depois de jantar ouvir a esposa dizer "E aí, vamos matar uns orcs?". E lá íamos nós matando orcs e curtindo cada momento. Pelo jogo em si que é super bem feito e pelos momentos divertidos no coop com minha esposa, esse foi um dos jogos que mais me marcaram esse ano.

Return of the King prima pela fidelidade ao mundo de Tolkien retratado nos filmes de Peter Jackson e Cia.

Yu-Gi-Oh! Worldwide Edition (GBA)

Aí está uma franquia da qual sempre gostei. Na época do lançamento eu sempre quis jogar, mas não tinha um GBA. Problema resolvido com o excelente visualboy advance para Android. Aqui as regras do card game são seguidas à risca nesse excelente simulador do jogo original. A variedade de cartas é enorme... O começo é um pouco difícil, mas progredindo um pouco mais nos duelos o deck tende a ficar mais equilibrado, facilitando muito a progressão. As muitas opções disponíveis garantem um alto fator replay em um formato excelente para um jogo portátil. O único defeito é o som, muito abaixo da média além de as músicas serem muito genéricas. Mesmo assim, é só deixar as coisas no mudo e se divertir com as cartas até enjoar. Gostei muito de ter jogado este aqui.

MotorStorm (PS3)

Mais uma que jogamos juntos aqui em casa. Até conhecer MotorStorm, o único jogo de corrida que minha esposa curtia era Mario Kart. Quando começamos MotorStorm, contudo, isso mudou. A diversidade de veículos e os cenários offroad garantem momentos dignos de um Mad Max da vida. Os tempos de loading são meio demorados, mas a excelente trilha sonora, bons gráficos e diversão desenfreada nos prenderam interessados no jogo por mais tempo. Jogar no meio de uma corrida insana revezando o controle com a esposa ouvindo Before I Forget do Slipknot ao fundo foi um dos ótimos momentos de jogatina aqui em casa esse ano. 

Rain God Mesa é uma das melhores pistas do jogo.

Crazy Taxi (Android)

A Sega acertou bonito com essa versão de Crazy Taxi. Joguei pelo Android e me surpreendi como o jogo funciona bem na tela de toque. O modelo de corridas desse jogo funciona incrivelmente para uma jogatina portátil. Apesar de alguns bugs irritantes aqui e ali, a adaptação é primorosa em todos os aspectos, mantendo até a empolgante trilha sonora do original de Dreamcast, com The Offspring, Bad Religion e tudo...
Este aqui salvou nas horas de espera ao longo do ano...


Mario Party 2 ( Nintendo 64) / Mario Party 5 (Gamecube)

A famosa série de jogos de tabuleiro multiplayer é um estouro desde o primeiro jogo lançado lá em 1999. A fórmula competitiva mais o componente de sorte desses jogos faz com que eles não envelheçam. Esse ano minha esposa e eu jogamos desde janeiro, sempre uma partida em algum raro final de semana livre. Jogamos tanto o segundo quanto o quinto, até o momento meus favoritos dessa série (ainda não pude jogar todos). Recomendadíssimos.

Meu Mario Party favorito no Nintendo 64

Até aqui só joguei o quinto no Gamecube
New Super Mario Bros. Wii (Wii)

A sequência do ótimo New Super Mario Bros de Nintendo DS (que joguei lá em 2013) parece exatamente o que o título sugere: uma versão aumentada e aprimorada para o Wii. Diferente do original, no qual o multiplayer é um ótimo extra, aqui ele é parte integral da experiência, pois aqui finalmente temos o verdadeiro multiplayer que desde Super Mario World todos queriam ver: um modo cooperativo com um a quatro jogadores na mesma fase. Eu já esperava um bom jogo, mas não imaginava que um multiplayer coop em um Mario 2D poderia ser tão divertido.



*

O ano de 2017 aqui no blog me deixou muito satisfeito, apesar do segundo semestre ter sido meio devagar. Foi possível publicar muita coisa que eu tinha em mente para esse espaço. Apesar de eu ter jogado muitos títulos diferentes, em poucos deles pude me aprofundar como antigamente eu podia fazer. Este ano foram realmente válvulas de escape, mas sem muito aprofundamento. Minha meta para 2018 é jogar menos títulos diferentes, porém com um maior envolvimento. A todos que acompanharam este blog em 2017, desejo uma excelente entrada de ano em todos os sentidos. Que venha 2018!


Imagem inline 1



Arquivos do Woo [CyberWoo]--------------------www.arquivosdowoo.com.br
Blog Desocupado [Paulo Victor]------------------ http://des-ocupado.blogspot.com.br
Blog MarvoxBrasil [Marvox]------------------------ http://marvoxbrasil.wordpress.com
Gamer Caduco [Caduco]--------------------------- http://gamercaduco.com
Gamerníaco [Eduardo Farnezi]------------------- http://gamerniaco.wordpress.com
GebirgeBR [Gebirge]------------------------------- www.youtube.com/GebirgeBR
Jogatinas Saudáveis [Rodrigo Vigia]------------- www.youtube.com/vigiabr
Jornada Gamer [UsoppBR]------------------------ http://alvanista.com/nostallgiabr
Locadora Resident Ivo [Ivo Ornelas]------------- www.locadoraresidentivo.com
Old Magus Pub [Lucas Vinicio]-------------------- http://oldmaguspub.blogspot.com.br
QG Master [Marcos Vieira Machado]------------ http://qgmaster.blogspot.com.br
U-8Bits [Ulisses 8 Bits]---------------------------- http://ulisses8bits.blogspot.com.br
Vão Jogar! [Rafael "Tchulanguero" Paes]------ https://vaojogar.com.br
Vão Jogar! [Rodrigo Borges]---------------------- http://vaojogar.com.br
Vão Jogar! [Somari]-------------------------------- https://vaojogar.com.br
Vão Jogar! [sucodelarAngela]-------------------- http://vaojogar.com.br
Videogames com Cerveja [Felipe B. Barbosa]--- http://www.vgscomcerveja.com.br



sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Retrospectiva 06: Blogs de Retro Gaming que você precisa conhecer (2017)

Este segundo semestre ficou meio devagar no blog, mas não esqueci dele. Muito pelo contrário. Há tempos estou com vontade de fazer esta postagem, e devido ao tempo absurdamente limitado esse semestre, tenho escrito em doses homeopáticas o rascunho deste texto, aos poucos mesmo. Aqui, resolvi fazer um apanhado dos blogs de jogos antigos mais interessantes que eu conheço. Talvez eu faça alguma injustiça e deixe de citar algum outro excelente blog, mas eu levei em conta as publicações que eu conhecia. Portanto se algum dos visitantes sentir falta de algum bom nome, por favor me digam que corrigirei a falha... Vamos então relembrar os blogs de retro gaming que você precisa conhecer.

Ulisses 8 bits
Talvez seja redundante dizer isto dos blogs desta lista, mas o U-8bits é claramente um blog escrito com amor. Há uma paixão latente pelos jogos de videogame como um todo, especialmente pelos mais antigos da década de 80. Especial destaque para as matérias de análise de publicações de revistas antigas. Tratam-se de verdadeiros registros da história dos videogames em língua portuguesa, e com muita qualidade. Uma verdadeira viagem no tempo, porém como disse antes, talvez isto seja redundante nesta lista.

Shugames
Blog com um bom tempo de estrada, é autoria de um dos antigos membros do site Gagá Games, o Cosmão. O grande diferencial do Shugames são os detonados e os especiais absolutamente detalhados e lotados de informações. Textos da melhor qualidade e um visual das postagens que remete diretamente às melhores revistas de jogos dos anos 90 tornam o Shugames uma parada obrigatória para qualquer um que tenha o mais remoto interesse por jogos antigos.

Aqui está um blog de retro gaming com MUITA personalidade própria. Os textos são ácidos, o negócio é rock n' roll mesmo. Como a própria descrição do blog diz, é para quem tem barba na cara... O charme do Nação Cucamonga é a fina ironia de alguns textos em suas análises detalhadas de jogos muitas vezes desconhecidos do grande público. Bom, pelo menos pra mim desconhecidos... Não satisfeito, o Doc Cucamonga ainda apresenta alguns reviews de discos clássicos do rock. Coisa fina mesmo. Enfim, é um blog adorável, leia hoje mesmo!

Acabei conhecendo este aqui meio que por acaso. O Supergame Retro fala de quase todas as gerações seja com análises ou retrospectivas. Por meio de um texto muito bem escrito ele ilustra bem os clássicos de outrora. Cito como maiores destaques as excelentes matérias sobre os jogos com melhores gráficos do Super NES e do Mega Drive. 

Escrito pelo J.F. Yoz, é um blog no mínimo peculiar no qual o autor, como o próprio nome sugere, desconstrói jogos, dissecando e colocando uma lente de aumento sobre os clássicos. É preciso ler para crer na absurda profundidade com que esse camarada trata os jogos em suas postagens. Extremamente bem escritas e informativas, suas postagens são um verdadeiro show de segredos dos videogames. Impressionante mesmo... Hoje em dia ele também tem seu canal no YouTube, complementado pelo próprio blog. Destaque mais do que especial para as excelentes matérias sobre Top Gear e Mario Kart 64. 

Retroplayers
Este aqui está muito mais para um site completo que um blog. Não faltam análises detalhadas, notícias, vídeos de reviews... Tudo muito bem produzido e com aquele clima fantástico dos anos 90 e suas saudosas revistas. 

É um blog que anda lado a lado com o canal do YouTube do dom Juanito. Como o nome sugere, é um blog baseado no SNES (meu console favorito) e é absurdamente completo. Sério mesmo, é um sonho para quem gosta do Super Nintendo. O cara manda bem demais... Canal épico para os fãs de SNES.

O gagá games foi um verdadeiro catalisador em sua época. A maioria dos blogs de jogos antigos tem alguma influência deste site (alguns deles escritos por seus antigos membros), e embora não seja atualizado com frequência, tem um registro maravilhoso de literatura retro gamer. Para ler até encher o saco mesmo... Especial menção aos diários de bordo (mistura de detonado com relatório de jogatinas) e para as cruzadas, nas quais os colunistas Gagá e Piga jogavam todos os jogos do catálogo de algum console clássico (destaque para as cruzadas de Master System e jaguar). Enfim, um site velho que merece ser lido e relido.

Blog do meu amigo Cássio que também escreveu no Gagá Games na década de 90 (hahaha). O junk tech tem uma abordagem um pouco mais metafísica dos jogos antigos e um texto cabeça bem diferente do habitual nos blogs e canais da vida. Embora tenha pouco texto no momento, fica a recomendação pela qualidade do texto e seus temas ímpares. Recomendadíssimo.

Mais uma recomendação que está mais para um site do que para um blog, a Locadora é fonte de textos que pegam bem na veia da nostalgia. Escrito pelo Ivo, que além de ter ótima memória, tem muita gratidão por bons momentos da vida. Como resultado seus textos transbordam uma nostalgia bruta e verdadeira que vai fazer você lembrar do primeiro videogame e de suas amizades na infância. Textos muito bem estruturados que vão com certeza manter sua atenção. 

*

Esses foram alguns dos blogs de jogos antigos que pude lembrar para fazer este apanhado. Qualquer um deles será uma excelente leitura, pois são todos escritos com o maior capricho.


sábado, 11 de novembro de 2017

Back to the Nineties 02: Primeiras Lembranças do Super Nintendo


A primeira vez em que vi um Super Nintendo foi mais ou menos assim...


O objetivo com esta nova coluna do blog - Back to the Nineties - é relembrar os jogos que joguei quando criança por meio da memória... Aqui eu busco revisitar estes jogos e momentos, retratando a experiência conforme minha lembrança dessa época. Vamos então ao assunto de hoje, que foi a primeira vez em que vi um Super Nintendo. Aos 7 anos de idade, já órfão do Master System que morreu afogado coisa de um ano, um ano e meio antes, em uma visita à casa de um dos meus tios avós, tive meu primeiro contato com um Super Nintendo. Meu primo na época deveria já estar batendo em uns 17 ou 18 anos e tinha permitido que eu jogasse aquele impressionante videogame à vontade. Qual cartucho estava lá? Simplesmente Donkey Kong Country 2. Em 1997 era um jogo relativamente novo, tendo sido lançado em 1995. Evidentemente eu não sabia disso naquela época, mas aquele momento foi algo especial. Se Alex Kidd no Master System me impressionava, DKC2 foi algo completamente inédito, assim como o próprio Super Nintendo. Aquele sistema de cor clara e seus botões roxos... Cartuchos que podiam ser trocados era algo que eu nunca havia visto até então, pois na época do Master eu só tinha o Alex Kidd da memória, por isso aquela entrada de cartuchos atrás do Super Compact era meio que lendária para mim: eu sabia que os cartuchos existiam, mas nunca havia visto.



Até aquele dia em que meu primo colocou DKC2 para eu jogar. O controle do SNES era de um conforto absurdo, fazia-se sentir natural nas mãos, diferente daquele controlão da Sega que eu conectava direto na televisão. E depois do estalo do botão power, o momento épico da vinheta da Rareware. Nunca eu havia escutado um som tão limpo e real em um videogame: aquilo parecia coisa de filme, e as coisas só melhoraram a cada tela. Por alguns minutos que pareceram horas eu contemplei a tela inicial com Diddy e Dixie contra os Kremlins. E obviamente eu nada sabia desses nomes. Passada a admiração da tela inicial começou o jogo em uma tela estranha para mim: uma ilha vista de longe. Descobri que aquilo era um mapa em que continham as fases do jogo, que começava de fato em um navio pirata. Logo ao começar a primeira fase, mais um momento contemplativo: parecia que estávamos mesmo em um navio! Ele balançava e rangia com as ondas, e aquela música... Fiquei impressionado, realmente.



Esse momento foi épico lá em 1997!
Andando um pouco pela fase, o primeiro inimigo era um rato. E logo nele já perdi uma vida. Lembrem-se de que o único jogo que eu conhecia até então era Alex Kidd, e eu não conhecia esse conceito de pular em cima dos bichinhos. Depois de várias vidas e um game over eu entendi esse esquema de controle, e a satisfação foi enorme, porque assim o jogo fluiu. As coisas iam bem até que eu encontrei um jacaré muito louco dentro de um barril. Aquele bicho me dava um pouco de medo... Mas veio logo o alívio porque logo ao lado tinha a fase bônus com sua música marcante. Mais tarde eu perceberia que músicas incríveis não faltam em DKC2, mas o melhor ainda estava por vir. No meio da fase dei de cara com uma caixa com um rinoceronte desenhado. O que seria aquilo? Pulei em cima dela, e para minha surpresa saiu um rinoceronte e meus macaquinhos montaram ele! A diversão absurda que foi controlar o rinoceronte quando eu tinha 7 anos é difícil de explicar. Mas ficou aquela indignação quando passei pela placa perto do final da fase e ele sumiu...






Na época, achei um absurdo poder ficar pouco tempo com o rinoceronte...






E finalmente passei da primeira fase, com mais uma ótima vinheta ao final. A segunda fase foi ainda mais impressionante pois se passava no alto do mastro do navio, com sua neblina, vento e música de tom épico e um pouco melancólico criando um clima sensacional. Nesse dia me lembro claramente de que não passei dessa fase, mas a partir de então ter um Super Nintendo se tornou uma espécie de sonho, e eu esperaria até no natal de 98 até que finalmente teria meu próprio console novamente. Mas isto é uma conversa para um outro dia.


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Análise 67: Gauntlet [Arcade]

Depois de um bom tempo sem novas análises no blog, hoje vou falar um pouco sobre um dos jogos mais influentes da década de 1980: Gauntlet. Desenvolvido por Ed Logg e lançado pela Atari Games em 1985 para os fliperamas, é um jogo de ação com visão aérea no qual temos personagens que podem mover-se livremente pelo cenário eliminando hordas de inimigos pelo caminho, formando um estilo que hoje em dia chama-se hack n' slash, em uma clara alusão às principais ações da jogatina: cortar e golpear.



Gauntlet ajudou a sedimentar um subgênero entre os jogos de ação para jogos que priorizam o combate em relação a outros pontos de uma jogatina. Tal estilo de jogo foi decisivo para a formação de inúmeros jogos com forte ênfase em combate, como por exemplo Dynasty Warriors, God of War, Devil May Cry, entre tantos outros, incluindo até mesmo RPGs como Diablo e Dungeon Explorer. Embora seja considerado fundamental para tal segmento de jogos, o design básico de Gauntlet tem influências marcadas de Dandy, lançado em 1983 para Atari 8-bit. Após um pouco de leitura nas referências da Wikipedia, cheguei a uma postagem interessantíssima do site Atari Protos, que me remeteu diretamente a uma das últimas edições da minha Jornada Atari 2600 aqui no blog. Na edição 27 eu falei sobre um título que me surpreendeu muito positivamente: Dark Chambers, que foi simplesmente como jogar Gauntlet no Atari 2600. Um feito impressionante o Atari velho de guerra rodar um clone extremamente bem feito deste clássico do arcade, marcante mesmo. Eis que surgiu a grande surpresa quando descobri que na realidade é Gauntlet que foi o clone de Dark Chambers. Mas Se Dark Chambers é de 1988, como é que Gauntlet lançado em 1985 poderia ser um clone?





De acordo com os autores do Atari Protos, no ano de 1983 o programador John Palevich desenvolveu o já citado Dandy para os computadores da família Atari 8 bit, sendo um dos primeiros jogos na história a oferecer um jogo de ação cooperativo para quatro jogadores simultaneamente. Em 1985, Ed Logg da Atari Games lançou com grande êxito o então inédito Gauntlet para os arcades, usando Dandy como inspiração para a estrutura básica do jogo, ficando realmente parecido com seu influenciador - mesmo que notoriamente mais complexo. Isto gerou uma ação judicial de John Palevich, que foi resolvida extra judicialmente na época. Ainda segundo o Atari Protos, dizem os rumores que na época o sr. Palevich teria ganho uma máquina original de Gauntlet... Mas é apenas um rumor com alta probabilidade de ser inverossímil, embora seja no mínimo curioso. Alguns anos depois, em 1988, a Atari resolveu relançar o Dandy de 1983 para 2600, 7800 e XE, usando dessa vez o nome Dark Chambers, dando o devido crédito ao criador original John Palevich, e assim não houveram mais confrontações entre as partes... No final das contas, Gauntlet foi o jogo que acabou ficando conhecido do grande público e se tornou a base dos jogos hack and slash por décadas até os dias de hoje, embora a franquia original esteja fora da evidência mainstream.


E afinal, o jogo é bom? O visual de Gauntlet tem um jeito sóbrio que encaixa perfeitamente com o tema de explorar um calabouço e seus labirintos. Os personagens estão bem caracterizados e os inimigos têm um nível de detalhe surpreendente para a época de seu lançamento, e o tempo todo a tela está lotada de inimigos se movimentando sem nenhuma perda de velocidade nas animações. O clima é incrementado pelo áudio com uma trilha de tom soturno e cavernoso, complementada por vozes digitalizadas que trazem toda uma autenticidade para a exploração dos labirintos. Controlar os personagens do jogo é sensacional, com comandos simples e movimentação ágil com um timing perfeito de resposta aos comandos, o que significa que nunca se perde por falha no controle.

 



Aqui é preciso explorar os níveis de um calabouço coletando itens e dinheiro. Além da energia do personagem, é preciso monitorar a fome, gerando um senso de urgência nas ações e pressionando o jogador criando um clima de tensão para cada jogatina. É possível jogar em até 4 jogadores simultaneamente, havendo 4 classes disponíveis: guerreiro, mago, valquíria e elfo, cada qual com um estilo de jogo. Dizem que o modo multiplayer é sensacional, porém não pude jogá-lo. Até este momento consegui testar apenas o single player mesmo pela Midway Arcade Treasures do PS2, e realmente não deu para jogar em coop em casa porque não tivemos tempo ainda, infelizmente. Mas está aqui na lista de títulos a jogar. Gostei muito de jogar Gauntlet e a qualidade técnica do jogo me surpreendeu de verdade, considerando a época. O estilo do jogo não envelhece, e o senso de aventura continua fresco como imagino que deva ter sido em 1985.




segunda-feira, 9 de outubro de 2017

NostalDia das Crianças


Recebi aqui no blog o convite do ilustre Yoz do blog/canal Gamer Desconstrutor, já bem conhecido no meio retro gaming, para participar da corrente NostalDia das Crianças, que consiste em indicar algum jogo especificamente para crianças de até 12 anos de idade. Eu pensei primeiro sobre os jogos que eu curti ainda na minha época de criança, e foi muito difícil escolher algum título. No final das contas, optei por algo que não só fosse possível indicar, mas sim algo para jogar junto com diversão pura. Eis que me ocorreu Beetle Adventure Racing do Nintendo 64.




Lançado no auge do Nintendo 64 eu me lembro de ter jogado bastante este aqui na casa dos amigos. Trata-se de um jogo de corrida diferente: ao invés de carros de topo como em Need for Speed, por exemplo, aqui controlamos apenas vários modelos de New Beetle. Ou seja, é um desfile de fuscas. Além de um excelente visual, os controles são fáceis de pegar e as pistas são diversificadas e dão asas à imaginação. Com muitas viradas, atalhos e surpresas, uma das maiores diversões desse jogo é voltar para as pistas para ver o que cada uma tem a oferecer, o que não é pouco. O desafio e a diversão de controlar os fuscas fazem com que o jogo demore de enjoar.
Multiplayer absurdamente divertido...

Contudo não é apenas pelo multiplayer e pelas excelentes pistas que esse jogo brilha, mas também por conta de um modo de batalha em arenas - sim, você leu certo. Aqui temos um modo com partidas contra, no qual podemos usar bombas, mísseis e outras armas para atacar o adversário. Esse modo de jogo é absolutamente empolgante, rendendo ótimas risadas. Lembro que quando jogávamos entre amigos na casa de alguém, ficávamos a tarde inteira no modo batalha, fácil, fácil. Pelo fator diversão, por ser um excelente jogo de corrida cheio de segredos a encontrar, e pelo incrível modo de batalha, recomendo fortemente que as crianças de hoje conheçam Beetle Adventure Racing para verem o que é um jogo de corrida de verdade... E os mais velhos também vão curtir na hora se já não conheciam, eu garanto. Com certeza será um cartucho que vou querer apresentar a meus filhos um dia.

Agradeço ao notório Yoz pelo gentil convite a participar da corrente, e espero que mais interações assim se sigam.

As indicações a seguir fazem parte da corrente #NostaldiaDasCrianças, organizada pelo Blog/Canal Gamer Desconstrutor, visando tanto o crescimento do espaço virtual dos criadores de conteúdos gamísticos quanto promover a valorização da família através da aproximação e interação entre a adultos e crianças numa jogatina saudável. Abaixo esta o link de todos os participantes da corrente. Não deixe de conferir o trabalho de todos deles:

Blog Gamer Desconstrutor:https://gamerdesconstrutor.blogspot.com/2017/10/soleil.html
Canal Gamer Desconstrutor:https://youtu.be/5vNLcngkeMU
Posts Antigos do Gagá Games: https://goo.gl/Fr5BBB
Canal SnesTalgia: https://youtu.be/wyFR1_RDxQE
ShuGames: https://shugames.blogspot.com/2017/10/nostaldia-das-criancas-kirby-epic-yarn.html
Inludere: https://inludere.wordpress.com/2017/10/11/as-criancas-e-a-tradicao
PensadorMaskarado:https://www.youtube.com/watch?v=QP1x9Ymc0PQ&feature=youtu.be
Old Magus' Pub: https://oldmaguspub.blogspot.com/2017/10/nostaldia-das-criancas.html
Gamer Caduco: https://gamercaduco.com/2017/10/12/meme-nostaldia-das-criancas/
Central Pandora: https://youtu.be/uwuyjN1pDHY
Canal Retro Level: https://youtu.be/zCcvHQuVct0
Hadoukeando: https://youtu.be/pE7ei-wvJWY
Degustando Jogos: https://youtu.be/2xF5DYlPPn4
AMEBOIDE: https://youtu.be/AqAdfqk1dhI
Ana Lima Store Games:https://youtu.be/xeeYzuCHPTs
Canal 1Player: https://youtu.be/ciZlNkNQtlc
Jogatina Tv: https://goo.gl/ipT1TX
Podcast HQFan: http://www.hqfan.com.br/2017/10/podcast-hqfan-194-games-de-quadrinhos-e.html
Quaniga: https://youtu.be/vjeTWX9MS74
Motas Gameplay: https://youtu.be/N532T1bMPlI
Duca show: https://youtu.be/K15EGuXGPNU
Canal Trocadalho: https://www.youtube.com/watch?v=aCzw9vMoBrw
Calebe Vieira: https://www.youtube.com/watch?v=P4qPVPeMTs4
Satir Gamer: https://youtu.be/u-jZ8fyXpmI
NerD Lendário: https://youtu.be/Jh2YPH7CFQk
Cogumelo Marrom: https://youtu.be/NKYNS51qWOw
Barbao: https://youtu.be/6e2I5akhX5U
Rhada Games: https://youtu.be/_MtycsXtn0E
Rogério Fabri: https://youtu.be/ZfA_2CUyGO8
Tri Force A.G: https://www.youtube.com/watch?v=08n78utPE4Q&feature=youtu.be
VelhosCartucho: http://velhoscartuchos.sonaje.com/2017/10/corrente-nostaldia.html
Portal Musical: https://youtu.be/HKgmBcG0bwI
Midia Prateada: https://midiaprateada.blogspot.com/2017/10/nostaldia-das-criancas-jogos-de-verao.html
Lembra O Game?: https://youtu.be/cqel7ZlB2ps
Jogatinas Saudáveis: https://goo.gl/bdPJ81
Gamer Geração 4: https://www.youtube.com/channel/UC8mHQLqDR136MN2IIdvyUKQ
Canal LAR: https://youtu.be/yYt6SzyKpuU
Ryu Games: https://youtu.be/ZLmlJn7oWDs 
Debatech (Blog): https://debatech.blogspot.com/2017/10/nostaldiadascriancas.html
Debatech (Canal): https://www.youtube.com/channel/UCufF9ADC5G4Yi5-cQ8v9u5g
Mega Tubão: https://www.youtube.com/user/MegaTubao1
Canal Odisseia: https://youtu.be/oxjRRLGN1GY



domingo, 3 de setembro de 2017

Tirando a Poeira

Às vezes pausas são algo obrigatório, mesmo que nem sempre planejadas ou desejadas. Neste último mês ocorreu a maior pausa desde os primeiros meses de 2016, sem uma única postagem há pouco mais de um mês. No trabalho e na vida pessoal as coisas ficaram um tanto apertadas, e portanto fiquei bem afastado do blog, mas tem várias coisas que eu gostaria de publicar por aqui. Por mais que assuntos legais não faltem em se tratando de jogos antigos, nem sempre temos aquela inspiração para escrever e montar uma postagem coesa.

Domingo último foi nossa folga. E o que fazer quando finalmente surge uma folga? Dar uma geral na arrumação da casa, com certeza... Foi um dia bacana pois apesar de não termos tido aquela folga de verdade que há várias semanas queríamos, pudemos passar um dia juntos minha esposa e eu. Foi um dia para reagrupar, conversar sobre nossos planos e nossa vida, simplesmente estarmos juntos para organizar partes da casa que estavam uma bagunça. E também encontrar nossos diplomas que estavam assustadoramente difíceis de encontrar na muvuca que viraram algumas partes da casa.

Foi um dia inspirador para parar e pensar um momento, e realmente acabamos por fazer uma limpeza, tirando a poeira de alguns cômodos. Hoje eu não estou fazendo nenhuma postagem interessante sobre jogos antigos. Estou buscando tirar a poeira do blog, como fizemos em casa no final de semana passado. E assim, espero, que este blog volte à sua rotina de publicações com estas reflexões fora de tópico. 


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Back to the Nineties

Aqui estou começando uma nova coluna no blog. Os textos daqui têm por objetivo relembrar jogos e momentos dos anos 90 que eu vivi na minha infância. Os jogos serão em sua maioria voltados para a própria década de 90, com uma ou outra coisa anterior a isto que eu tenha jogado na época. O objetivo destes posts é relembrar mesmo, levando em conta o impacto que esses jogos tiveram sobre mim naquela época. O tom desses textos tende a ser mais descontraído e não há nenhuma periodicidade prevista para essas postagens. Vou postando conforme der vontade mesmo, sempre que rolar aquela vontade de revisitar essa década tão incrível. 


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 30: Epílogo

Foi um longo caminho desde a primeira edição da Jornada Atari 2600 que começou no início deste ano. Quando publiquei pela primeira vez nesta coluna eu sinceramente não sabia o que esperar destes textos por receio de os jogos de Atari 2600 serem pouco divertidos ou desinteressantes, fazendo com que eu parasse pelo caminho eventualmente. O que aconteceu foi precisamente o contrário, porque mesmo que sabidamente houvessem muitos jogos fracos dessa época, a cada edição eu me surpreendia com algum clássico que eu não havia jogado ainda, isso sem falar nos jogos desconhecidos ou pouco lembrados que se revelaram bons momentos. Fazer uma série de posts jogando todos os jogos do catálogo de um console é algo que demanda tempo e uma boa dose de esforço. Eu, pelo menos, senti uma enorme vontade de parar no meio. Não porque não haviam bons jogos, mas porque vira-e-mexe eu sentia vontade de jogar outras coisas. E como meu tempo livre é bem diminuto, optei por focar mais aprofundadamente no objetivo principal da Jornada Atari 2600 no primeiro semestre deste ano.
 
Boa parte dos jogos eu joguei por menos tempo, fato este favorecido pelo fato de que o design dos jogos era na maior parte baseado em partidas simples estilo arcade. Isso traz uma grande virtude característica do Atari: para se divertir é só pegar e jogar. Diversão irrestrita e sem burocracias, sem distrações. Jogar Atari 2600 é uma verdadeira celebração do que é jogar videogames em sua essência. Pensando por essa óptica, concluimos que muitos avanços nos videogames podem ter muito mais servido para nos distrair da diversão em si. Não estou criticando outras plataformas nem as jogatinas modernas, mas jogar tanta coisa do Atari me fez refletir sobre o que é de fato de divertir com um videogame.

O Atari 2600 não foi o primeiro console de videogame caseiro, mas com certeza foi o aparelho que definiu toda uma estrutura, que apesar de ter mudado em vários sentidos, na verdade continua a mesma em seu cerne. Se um dia tivemos acesso a nintendinhos,  mega drives, master systems e super nintendos... se hoje temos acesso a playstations, wiis e xboxes da vida, é por causa do Atari 2600 que popularizou ao máximo o conceito de um videogame que troca de fitas, novidade esta que os aparelhos de fita anteriormente trouxeram à música e aos filmes. O Atari 2600 é o VHS dos videogames. Foi o aparelho que desbravou o terreno desconhecido do videogame doméstico, levando a diversão do arcade para casa. Logo, foi o console que começou tudo.

Foi um privilégio poder desbravar o catálogo do Atari clássico por meio dos emuladores e escrever aqui foi uma experiência reveladora e prazerosa, sendo esta minha humilde homenagem aos 40 anos desde o primeiro lançamento do Atari 2600. Mas embora esta seja a última edição que escrevo da Jornada Atari 2600, vou revisitar esses jogos com calma, priorizando os destaques de cada edição. Jogando esses títulos como devem ser jogados, curtindo sem pressa e sempre voltando para uma maior pontuação. A todos que acompanharam esta coluna, o meu muito obrigado! E aqui terminamos os textos da Jornada Atari 2600, mas não a jogatina. Não é o fim da Jornada: ela está apenas começando.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 29: Depois de 1990... Como fica o Velho Atari?

Na edição de hoje da Jornada Atari 2600 vou falar sobre os jogos lançados de 1990 para frente. Foi um longo caminho, mas aqui estamos, seguindo para o ano de 1990.

Começamos com Ghostbusters II, que é completamente diferente do primeiro: aqui o jogo não tem um estilo muito bem definido, sendo melhor explicado como algo parecido com aqueles trechos de rapel do Battletoads de NES. Os controles são bem ruins e duros, é além disso os gráficos são bem inferiores ao original de 1985. My Golf é uma representação absurdamente monótona de uma modalidade esportiva que considero bastante burocrática... Não recomendado. As coisas não melhoraram com Pick 'n Pile, puzzle de combinações extremamente básico que caberia muito bem no final da década de 1970 no Atari. Eu pessoalmente não gostei deste aqui não... Partimos então para um soco no estômago de quem curte Enduro, chegamos a Fatal Run, jogo de corrida que lembra bastante o clássico da Activision, com visuais muito bem feitos e ótima sensação de profundidade e velocidade. O problema é o controle, que usa o direcional para cima com a função de acelerar. Me surpreendi como esse "detalhe" conseguiu sugar toda a diversão do título.


A safra melhorou muito com Klax. Mais um famoso jogo de arcade que eu não havia jogado ainda, portanto não sei dizer se a versão de Atari 2600 é fiel ao original. Fato é que trata-se de um jogo muito divertido: é um puzzle no qual controlamos uma barra móvel parecida com Breakout, com a qual conduzimos blocos coloridos para formar pilhas de cores semelhantes. A cada três blocos combinados temos um Klax.  Cada fase pede um número de Klax a serem formados, e a dificuldade logo fica desafiante. Um puzzle diferentão e envolvente, foi uma grata surpresa. Se a versão de 2600 é legal assim, fico imaginando a versão de Arcade... Depois de Klax, o nível dos jogos caiu muito, então vou buscar ser objetivo com os próximos. MotoRodeo é um jogo de corrida com visão lateral lembrando ExciteBike mas completamente quebrado. Sentinel surpreende por ser um jogo de light gun, no qual precisamos da arminha. Portanto, não consegui emular a experiência original do jogo, por isso vou dar a ele o benefício da dúvida e não emitir uma opinião. Xenophobe é um shooter lateral estilo Rolling Thunder, mas realmente esse tipo de jogo não rola no Atari 2600. É quase injogável.

Depois de 1990, o Atari 2600 passaria por um hiato em 91, retomando em 1992 com um único jogo: Acid Drop. Mais um puzzle de combinações à-la Tetris, aqui é preciso combinar peças de três partes com suas respectivas cores. Como regra desse tipo de jogo, é até divertido mas passa longe da qualidade de um Tetris ou Columns da vida. Mesmo assim é um bom passatempo. Por muitos anos este seria o último jogo de Atari 2600.


Na falta de um Tetris, Acid Drop se sai muito bem no Atari.

Pick Up é polêmico, mas divertido.
Em plena geração 128 bits com os GameCubes, Dreamcasts, Xboxes e PlayStations da vida, de forma inesperada temos um outro lançamento para este console. Pick Up é  um jogo no mínimo engenhoso. Ele tem uma estrutura semelhante a jogos de tiro, porém ao invés de destruir inimigos, atiramos em objetos variados que não primeira vez que são atingidos são adicionados a uma lista, e se atingidos novamente são removidos. O objetivo é completar a lista em cada fase, e isto fica difícil muito rápido devido ao ritmo de movimento desses objetos. Ele teve um lançamento tardio porque o desenvolvedor na época parece ter entendido que o jogo era ofensivo, porque a cada fase vencida o personagem podia levar uma garota a um hotel. Escandaloso, não? O jogo parece raso mas é estranhamente envolvente, portanto divertido.

Juno First fecha os lançamentos de Atari 2600 com chave de ouro.

Anos mais tarde em 2008, foi lançado o jogo Actionauts, o qual não joguei por não ter conseguido encontrar a rom na internet. Todavia, consegui jogar o último jogo lançado para o Atari 2600 até hoje (segundo a lista que segui desde o início da Jornada). Lançado em 2010, Juno First é uma adaptação do arcade Juno First da Konami  (de 1983) e foi lançado pelo notório grupo Atari Age - provavelmente a melhor fonte de tudo que é relacionado a Atari na internet. Também não joguei o original mas essa versão e Atari 2600 é fenomenal. Imaginem Beam Rider da Activision, mas absurdamente melhorado em todos os aspectos e temos Juno First, um dos melhores jogos do Atari 2600 lançado em pleno 2010 no auge da geração 360/PS3/Wii. E aqui terminamos todos os jogos já lançados para o Atari 2600 até os dias de hoje (pelo menos segundo a lista que segui desde a primeira edição), finalizando uma Jornada Épica... A Jornada Atari 2600. Mas acabou?

Destaques: Klax, Acid Drop, Juno First.
Piores momentos: Ghostbusters II, Fatal Run, Xenophobe.



domingo, 9 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 28: Termina a Década de 1980

Começando mais uma edição da Jornada Atari 2600, chegamos ao ano de 1989 com os lançamentos deste console clássico. Chega a ser impressionante a longevidade do Atari 2600... Em 1989, pleno ano de lançamento do Mega Drive (Genesis nos EUA) um console lançado em 1977 (e no Brasil em 83) receber novos títulos é algo surpreendente de fato.

Começamos com o pé esquerdo com BMX Airmaster, jogo de bicicletas BMX, mas muito sem graça... Não consegui jogar muito. Eu queria mesmo era jogar o ultra famoso Double Dragon, que eu ainda não cheguei a jogar até hoje. Não demorou para eu concluir que minha primeira vez com Double Dragon não me caiu bem... Os controles são travados e o personagem apanhou muito. Eu dei uma insistida, mas tanto game over ficou cansativo. Fica minha expectativa de jogar o original, porque o de Atari não foi nada legal... Passei brevemente por Night Stalker, que lembra muito Pac-man, mas sem pastilhas a coletar, com a possibilidade de atirar em inimigos. A movimentação não é muito boa e eu sinceramente não gostei deste jogo. Passei um tempo a mais com outro clássico de arcade trazido ao Atari: Rampage é uma versão super capada do original, me parece que forçaram a barra ao tentar fazer esse jogo rodar no Atari. Ficou feio e totalmente bugado, nada divertido, diferente do original que é ótimo. Esses primeiros jogos da edição mostram que nem tudo era flores para o longevo videogame. Apesar de lançamentos fora de sua época, a qualidade começou a sofrer um pouco mais.

Seguindo com a lista, Double Dunk é um jogo de basquete 2 contra 2, que tem controles terríveis... Incrivelmente o Basketball, que joguei lá no início da Jornada, é bem superior. E olha que Basketball saiu em 1978. Resumindo, DD é frustrante, não recomendado. Chegou depois a vez de Ikari Warriors, que já citei em outras edições para explicar o funcionamento de alguns jogos de tiro do Atari, e eis que chegou o momento de conhecer a versão desse título para o 2600. E foi com curiosidade e uma certa empolgação que fui conhecer este famoso jogo. Assim como o original, é um jogo de tiro aéreo no qual controlamos um personagem estilo Rambo, podendo atirar apenas um tiro por vez, podendo eventualmente usar um tanque de guerra. O jogo diverte, mas tem uma movimentação lenta e é absurdamente difícil. Realmente, Ikari Warriors parece demais para o Atari 2600, e a diversão fica bem comprometida com os problemas de performance.


Passei então para Off the Wall, que é um interessante clone de Breakout, mas é bem difícil devido à velocidade excessiva da bolinha. Mesmo assim, vale a pena conferir. Radar Lock é um shooter bastante parecido com o jogo Solaris de 1986 também para Atari. Bons controles, mas que para ser completamente apreciado precisa de dois controles para ser jogado adequadamente, pois ele precisa de um botão a mais para usar armar secundárias. No emulador não é um problema, mas as questões com o jogo não param aqui: a monotonia do cenário inibe a diversão e enjoa muito rápido.

Road Runner é interessante: controlamos o papa-léguas com o objetivo de fugir do coiote. Os controles funcionam bem e o visual é excelente. Eu perdi várias vezes de propósito para testemunhar o coiote finalmente capturando o papa-léguas. Só isso já vale o jogo.

Jogo feito para quem sempre quis ver o coiote pegar o papa-léguas

E quando eu achava que pouca coisa se salvava no Atari 2600 neste ano de 1989, fui surpreendido no final da lista da edição por Secret Quest. É a grande surpresa da edição e uma das grandes surpresas da Jornada Atari 2600 desde o seu início, sendo facilmente um dos melhores jogos de Atari que eu pude jogar. Este título é simplesmente uma espécie de resposta do Atari 2600 a Legend of Zelda do NES. E para minha total surpresa, o jogo funciona maravilhosamente bem no Atari. Aqui controlamos uma espécie de astronauta por estações espaciais, devendo enfrentar inimigos alienígenas com algo parecido com um sabre de luz em cenários labirínticos, tomando o cuidado de administrar bem a energia e o oxigênio, sendo que cada setor deve ser destruído e ao final fugimos do local antes que o tempo acabe, no melhor estilo Metroid. Tem até uma (simples) trilha sonora no jogo. Eu me surpreendi várias vezes com o Atari 2600 como vocês devem ter percebido em outras edições, mas Secret Quest conseguiu me surpreender mais ainda, e justamente em um momento que os jogos do 2600 vinham ficando mais mornos. Bem no ano de lançamento do Mega Drive/Genesis nos EUA, o Atari 2600 simplesmente mostrou que poderia rodar algo que lembrasse Zelda guardadas as proporções. Excelente jogo que pretendo futuramente jogar com a calma que ele merece...  

Sim, você já viu cena parecida em algum lugar...

E assim, depois de vários momentos sem diversão e com uma grande surpresa no final, cobrimos todos os jogos de Atari 2600 de 1989, fechando a década de 1980 depois de muitas edições. É o fim dos anos 80 para o Atari, mas a Jornada continua. Na próxima edição vamos ver sobre os jogos lançados após 1990 para este console, que simplesmente não pára.

Destaque: Secret Quest.
Piores momentos: BMX Air Master, Double Dragon, Rampage, Double Dunk.