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O primeiro console que tive... |
Nestes tempos, tenho vivido uma fase mais objetiva com relação a todos os aspectos de minha vida. Tenho conseguido separar 30 a 60 minutos do meu dia - umas 3 ou 4 vezes por semana - para fazer coisas das quais sempre gostei. Uma delas é curtir com calma os jogos que definiram minha infância e adolescência, já há uns bons anos. Outra delas é escrever, por isso nada mais lógico do que manter este blog ativo. Resolvi compartilhar aqui um pouco desta experiência que funciona para mim como uma incrível válvula de escape. Assim, começa esta nova coluna, para lembrar e refletir sobre aquela que é provavelmente a década mais importante dos jogos eletrônicos. Coincidentemente, o período em que eu era um garoto.

Comecei aquela clássica descida, além da qual eu não passava muito adiante lá em 1995 (eu sou de 90). O Master System Super Compact - comercializado pela Tec-Toy - foi meu
primeiro console de videogame. Veio justamente com Alex Kidd in Miracle
World na memória, e como não tinha outro cartucho, eu jogava Alex Kidd
até não aguentar mais a música tema... O que demora de acontecer, pois a
coisa toda é super divertida e nostálgica. Fui me lembrando in loco sobre como era gostoso quebrar bloquinhos e pegar dinheiro... Como era tenso passar por cima daquele bloco de onde aquele fantasminha mortal me seguia... Os inimigos... Até chegar na água. A água era meu ponto de limite. Sempre que chegava até o sapão que atirava bolinhas, eu morria. Eu não tinha a coordenação motora que tenho hoje, e costumava desistir fácil. Então o sapão era meu nêmesis.
Porém, hoje consegui passar por Sapão, o Terrível, de primeira. Foi super fácil, e me lembro de que quando criança eu sofria muito na mão dele e ainda não passava. E a cada game over, começava a descida de novo, do zero... Passei por Sapão, terminei a fase e encontrei enfim a fase da moto. Que sensação boa a de acelerar nessa fase, que só ficava na minha vontade de jogar mas sem conseguir. Vinte anos depois consegui chegar lá. Alegria é pouco para definir a sensação.
Depois cheguei pela primeira vez a um chefe. Eu já sabia que era baseado em Jan-Ken-Po (naquela época na escola, era joquempôu mesmo... hehe) e por instinto, pensei em colocar pedra - já que ele tinha cabeça de pedra - deu certo e depois empatei uma e ganhei a outra. E assim meu rival virou um delicioso bolinho de arroz no melhor estilo do Majin Buu do Dragon Ball Z.
Em seguida, anotei a sequência de Janken para quando eu voltasse. Eu sabia que voltaria, como de fato eu voltei, porque estou jogando sem save, sem facilitismos, como eu fazia em 95. E o jogo é divertido, hein! Diversão pura e simples, como há tempos não tenho tido. Foi o primeiro jogo de videogame que joguei na vida, então a alegria de jogá-lo de novo é algo realmente único. E esse jogo envelheceu bem, diga-se de passagem. Anotar dicas e passwords também é algo que há muitos anos eu não fazia. Me lembrei também de como fazer isso passa a sensação de que os jogos ficavam mais profundos. Dava ares de um desafio maior a ser superado, não só com habilidade, mas planejamento e alguma estratégia.
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Sensação da Velha Escola... |
Nessa brincadeira dos game overs, chegou minha mãe, achou o jogo familiar, e falei a ela sobre ele. Ela mesma havia jogado na época também, e lembrava de cada detalhe. Foi muito bacana ela ter visto, pois conversamos muita coisa sobre aquela época. Em resumo, o dia foi ótimo, pois depois de um dia inteiro dedicado a pendências de currículo, abstraí de tudo para voltar por algumas horinhas aos anos 90. Fantástico.